Investimento estrangeiro

Numa sociedade moderna, democrática e aberta, o investimento estrangeiro tem vindo a ganhar cada vez mais importância. Com o crescimento da globalização, caracterizada pela reduzida restrição de movimentos capitais, é natural que o dinheiro circule para países que oferecem mais benefícios e que possibilitem o aumento de lucros às empresas. Hoje em dia, a importância do capital estrangeiro está intrinsecamente associada ao crescimento económico dos países, de tal forma que um país que consiga captar investimento estrangeiro terá crescimento económico.

A entrada de capital estrangeiro num país pode ser feita de várias maneiras, não estando necessariamente ligada apenas à instalação de empresas estrangeiras, também pode surgir na forma de investimento em empresas já existentes, aplicações bancárias ou compra de propriedades imobiliárias.

Há todo um conjunto de factores que um país precisa reunir para que as empresas considerem, como uma possibilidade atractiva, a sua instalação no território nacional. Actualmente, não basta apenas ter benefícios fiscais aliciantes, também é importante que o país tenha boas infraestruturas, boas vias de comunicação e de fácil acesso, possibilitando rapidez na entrega e recolha de produtos e redução dos custos de transporte, entre outros factores.

A instalação de empresas estrangeiras no território nacional é acompanhada por vantagens e desvantagens que afetarão o país tanto a nível económico como a nível social. Um dos mais notórios benefícios é o know-how que trazem consigo, que se manifesta em técnicas de fabrico e serviços mais eficientes, rápidos e tecnologicamente mais avançados. Como consequência do aumento da concorrência as empresas locais são obrigadas a se adaptarem e adoptarem métodos de produção mais eficientes, ajudando a modernizar a economia do país. Contudo, se as empresas locais falharem em se adaptar aos novos tempos estas podem ser obrigadas a despedir trabalhadores e a fechar portas.

Para além do know-how, outro benefício importante associado à instalação de empresas estrangeiras é a criação de emprego na região de acolhimento, que no caso de um país como Portugal, com uma taxa de desemprego de 10%, é certamente uma ajuda preciosa para atenuar e reduzir esta percentagem tão preocupante. Um outro aspecto importante a salientar é que as empresas não se ficam por pura e simplesmente criar emprego, como também investem na formação dos seus trabalhadores, gastando tempo e dinheiro para formar pessoas altamente qualificadas e competentes para o cargo a desempenhar. Eventualmente, alguns desses funcionários irão ser contratados por empresas locais, ou formar as suas próprias empresas, aplicando o conhecimento adquirido para as tornarem mais competitivas e eficientes, ajudando desta forma a modernizar a economia do país.

Contudo, a instalação de empresas estrangeiras nem sempre se traduz numa diminuição do desemprego local, uma vez que, por vezes, como o país de acolhimento não tem pessoas com qualificações suficientes que as satisfaçam, as empresas podem simplesmente contratar trabalhadores de outros países já qualificados e com experiência, evitando gastar tempo e dinheiro a formar pessoas locais.

Outra desvantagem associada à instalação de empresas estrangeiras prende-se com o facto de muitas vezes o país de acolhimento não possuir os recursos naturais necessários que satisfaçam a procura da empresa, como tal, esta terá de importar as matérias-primas, o que poderá causar um desequilíbrio na balança comercial. Este desequilíbrio poderá ser agravado se a empresa não tiver intenções de exportar os seus produtos, mas distribui-los internamente.

Na minha opinião, no seu cômputo geral, o investimento estrangeiro beneficia o país de acolhimento, uma vez que através da troca de experiências com a economia nacional, cria dinamismo e incentivo à produção eficiente, que se espera que se traduza na criação de postos de trabalho para pessoas qualificadas e não qualificadas, no aumento de exportação de bens e serviços e no tão desejado crescimento económico.