
O secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus acaba de anunciar, na Assembleia Legislativa Regional, que o Governo Regional se prepara para aprovar amanhã um novo projecto para a Ponte Nova, que permitirá preservar mais esta ponte das ribeiras do Funchal. “Encontrámos forma de preservá-la”, anunciou, referindo que será aprovado também um projecto que permitirá preservar, ao longo de 190 metros entre a ponte do Bazar do Povo e a ponte D. Manuel – que também será mantida – as muralhas construídas sob direcção do brigadeiro Oudinot.
A informação surgiu no âmbito da discussão da proposta do Governo Regional para a criação da carreira de rocheiro. Uma profissão criada na administração pública, cuja importância é actualmente essencial, dada a necessidade de preservar a segurança das escarpas da Madeira. Nessa medida, Sérgio Marques fez uma importante defesa da mesma, e até concordou com Gil Canha quando este disse que era importante evitar a betonização das escarpas. Estas, concordou Sérgio Marques, apesar do perigo que colocam a automobilistas, devem ser conservadas de forma mais equilibrada para a paisagem, e não cobertas de betão. Mas, acusou Sérgio Marques, é isso que a Câmara Municipal do Funchal se prepara para fazer, tendo mesmo já iniciado esse processo.
Se houver mais rocheiros – actualmente só há dois – será possível, disse o governante, evitar essa betonização, entendendo o secretário regional hoje presente no parlamento mesmo que a CMF deveria recorrer aos serviços do GR e dos seus rocheiros, antes de começar a betonizar as escarpas “a torto e a direito”. Chegou mesmo ao ponto de criticar a CMF por, em seu ender, não estar a preservar suficientemente outros aspectos da nossa identidade no Funchal, como a calçada portuguesa.
Deputados da oposição como Roberto Almada ou Edgar Silva, concordaram com os aspectos positivos da carreira de rocheiros proposta pelo Governo Regional, mas alertaram para aspectos essenciais da carreira, que urgem ser corrigidos até por pressão dos sindicatos.
Contestada foi a idade mínima de 30 anos para se ser rocheiro, bem como a necessidade de obter 12 valores nos testes, mas Sérgio Marques defendeu estas determinações por razões de segurança.