Presentes vindos da China fazem concorrência ao Pai Natal…

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Rui Marote

Nunca nos verão, certamente, a apelar à xenofobia. Mas a imagem captada, esta manhã, no Largo do Chafariz não deixa margem para dúvidas: o Pai Natal enfrenta uma severa concorrência chinesa na distribuição de presentes nesta quadra. A julgar pelas inscrições visíveis na montanha de papelão acumulado, de embalagens de produtos chegados ao Bazar do Povo Chinês (ops., é só Bazar do Povo) e que aguardavam a recolha pelos serviços camarários, é óbvio que estes presentes não vieram da Lapónia. 

A legislação portuguesa certamente permite o estabelecimento de comerciantes estrangeiros (no caso, chineses) no nosso país, e, se não fossem eles, quem sabe, certos grandes estabelecimentos portugueses estariam fechados e sempre haveria uns postos de trabalho a menos.

Mas os comerciantes madeirenses, que se esforçam desgraçadamente para ultrapassar a crise, e que ainda por cima todos os anos têm de lidar com um sindicato que até ao bispo do Funchal já foi pedir para os trabalhadores não realizarem quaisquer horários alternativos nesta quadra, resmungam entredentes que as condições oferecidas por Portugal aos empresários chineses acabam por ser mais favoráveis do que as concedidas aos portugueses. É que os comerciantes chineses, esses sim, contam com apoios favoráveis da própria China para investirem no estrangeiro. Os acordos entre o nosso país e aquele gigante nem sempre são de molde a beneficiarem aqueles que, cá, mais precisam. Entretanto, as taxas aduaneiras ficam-se de tal forma a que os cofres portugueses pouco ou nada lucrem. É caso para dizer Estepilha; a concorrência desleal chega ao próprio Pai Natal…