A casa mais fotografada do Funchal

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Rui Marote

Funchal, Avenida do Infante: uma curiosa casa representa uma atracção, tanto para madeirenses como estrangeiros. Não se trata da casa dos gatos nem da ‘Casa d’Irene’ de Domenico Modugno, mas sim de uma bela moradia degradada, que ostenta a bandeira nacional.

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A tal casa-mistério ostenta, numa das suas varandas, um estandarte nacional de grandes dimensões, pendurado como se se tratasse de um lençol a secar, com uns bonecos a enfeitar o respectivo varandim.

A sua localização – frente ao Casino e ao Centro de Congressos – faz com que os turistas a vão registando fotograficamente como se fosse uma atracção… Numa das janelas, uma pedra roliça parece reflectir uma vã tentativa de aproximação à língua inglesa… apresentando a palavra ‘selde’ ao invés de ‘to sell?’ Será?

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Tudo isto é ridículo e um mau cartaz em plena zona turística. Pode ser que já ninguém se recorde, mas a bandeira nacional está protegida pela lei, podendo ser punido criminalmente o prevaricador em casos de desrespeito e afronta (artº 332 do Código Penal). Espera-se que qualquer cidadão português demonstre respeito pela bandeira nacional, apesar de hoje nas escolas já ninguém ensinar o seu significado e composição. Só se lembram da bandeira quando a selecção nacional joga e o negócio se multiplica em cachecóis, camisolas, chapéus e fatos de banho comprados no chinês (para além das bandeirinhas, claro). Actualmente já chegámos ao ponto de em cerimónias oficiais e até com a presença do presidente da República, se hastear o símbolo da nação às avessas.

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Conclusão: uma bagunça. Só nos resta, a propósito desta casa, recordar o refrão da canção italiana de Domenico Modugno: ‘c’e gente che viene, c’e gente che va/ a casa d’Irene bottiglie di vino/ a casa d’Irene stasera si va’…

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