Projecto do comendador Roque que ficou na gaveta

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Fotos Rui Marote

Nos finais de 2007,  Siza Vieira, prestigiado arquiteto nacional,  esteve na  Câmara Municipal do Funchal, na altura presidida por Miguel Albuquerque, na companhia do Comendador Horácio Roque,  para apresentar um projeto encomendado pelo Banif para a Rua Câmara Pestana, que faz  esquina com a Rua de João Tavira.

O  imóvel em questão era o que se segue ao prédio da Associação 4 de de Setembro, pertença do Banif.  Era intenção do Banco demoli-lo para instalar alguns dos seus serviços.

O Funchal Notícias recorda através das duas imagens hoje publicadas a apresentação do projeto na Câmara e a maquete do novo edifício a ser construído, mas que acabou por ficar na gaveta.

O projeto para o prédio em causa visava o edifício inicialmente destinado a habitação e mais tarde a Seguradora Açoreana.

Em 2008, Horácio Roque explicou que aguardava pela Associação 4 de Setembro, para avançar com as obras em simultâneo , uma vez que havia interligação entre os imóveis.

Horácio Roque afirmou que o Banif não podia avançar com a construção sem que o vizinho -que lhe vendeu o imóvel -resolvesse os problemas que tinha com os seus inquilinos. Mais disse que a sua ideia não era renovar o prédio mas demoli-lo totalmente e construir outro de raiz  para instalar serviços que ainda não estavam definidos. Poderia até  passar por instalar a companhia de seguros(o que veio a suceder mais tarde) ou serviços da administração.

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Na altura, o projeto que estava na Câmara  não terá  ido ao encontro dos anseios do Banif , mas esta hipótese foi desmentida por Horácio Roque. “Não temos nenhuns problemas com o senhor arquitecto”, gostamos do seu projecto , é exequível mas a sua execução está dependente  da resolução do do problema do imóvel do vizinho”, disse.

O Comendador  faleceu a 14 de maio de 2010 e o projecto, até aos dias de hoje,  continua na gaveta, num momento em que o Banif pertence agora ao Santander.

Segundo consta, Siza Vieira terá recebido cerca de 500 mil euros pelo projeto. A construção estava orçada em 5 milhões de euros,  verba muito onerosa para os cofres da entidade bancária extinta.

O prédio da esquina da rua de João Tavira,  que tinha os dias contados, permanece firme e com certeza do desconhecimento da entidade bancária espanhola.