Nadiya Savchenko condenada a 22 anos de prisão

foto BBC
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Um tribunal russo condenou hoje a militar ucraniana Nadiya Savchenko a 22 anos de cadeia, por ter sido considerada a causadora da morte de dois jornalistas russos. A piloto ucraniana foi considerada culpada de ter dirigido o fogo de artilharia que matou os repórteres russos no leste da Ucrânia, em Junho de 2014.

Considerada uma heroína nacional na Ucrânia, onde foi eleita como deputada ao parlamento, enquanto detida pelas autoridades russas, Savchenko tem estado no centro de uma polémica internacional, desde que foi detida por forças leais à Rússia, e enviada para aquele país para ser julgada.

A sua captura, considerada por alguns como um rapto, contribuiu para a deterioração das já muito tensas relações entre a Rússia e a Ucrânia.

O advogado de Nadiya Savchenko referiu que registos telefónicos provam que ela foi capturada por forças rebeldes ucranianas antes do ataque que vitimou os repórteres russos, e que estava a tentar alcançar combatentes da sua força de voluntários que tinham sido feridos numa emboscada.

A piloto ucraniana, formada para pilotar aviões a jacto e helicópteros militares de grande poder de fogo, tem colhido a simpatia de políticos e intelectuais ocidentais, que têm apelado para a sua libertação, conjuntamente com muitos outros que consideram o seu julgamento uma farsa.

A BBC cita a Human Rights Watch, que condenou o julgamento na Rússia como injusto, considerando que o tribunal recusou-se a admitir provas essenciais da defesa e rejeitou importantes moções da defesa.

Já os procuradores russos consideram que Savchenko agiu por ódio político.

A piloto ameaçou iniciar uma greve de fome, recusando todos os fluidos, a 6 de Abril. Não é o primeiro deste tipo de protestos que tem realizado desde a sua prisão.

O advogado de Savchenko informou que a mesma “não apelará contra este veredicto ilegal”.

Durante o julgamento, a piloto ucraniana adoptou uma postura desafiadora, e quando foi pronunciada culpada, começou a entoar uma canção de protesto no tribunal. Escusado será dizer que negou todas as acusações.