O presidente do PS-Madeira emitiu, há instantes, um comunicado sobre a demissão do secretário regional da Saúde, Manuel Brito e sua substituição por Faria Nunes. Eis o teor do comunicado assinado por Carlos Pereira:
“A surpreendente demissão do Secretário Regional da Saúde exige uma clarificação política mais consistente e transparente dado que as explicações conhecidas revelam-se manifestamente insuficientes. Impõe-se clarificar se:
1. O Governo do PSD-M assegura sem margem para dúvidas que não existem mais situações de incompatibilidade de funções, formais ou informais, independentemente das habituais transferências de quotas pelas quais este Governo vem ficando conhecido?
2. Perante esta posição do Dr. Manuel Brito, exigirá o Senhor Presidente do Governo a mesma postura e comportamento aos demais membros do seu executivo, caso venham a ser detetadas outras violações mais ou menos graves?
3. Face as parcas explicações dadas, poderá o Presidente do Governo garantir que as razões da demissão do Secretário Regional, se prenderam apenas com as noticias vindas a público, relativas à detenção de uma quota de 0,008% numa clínica da RAM, ou terá o mesmo sido engolido pela máquina do PSD, por ter tido a ousadia de traçar um caminho próprio compatível com as suas convicções?
4. O Presidente do Governo poderá garantir que a demissão do Dr. Manuel Brito foi apenas consequência de um escusado e lamentável esquecimento, ou foi a constatação da falta de condições políticas formais para a obtenção dos objetivos propalados pelo governo na área da saúde, ainda sem grande sustentação ou consolidação, como é o caso do novo hospital?
5. O Governo tem consciência da situação de enorme preocupação que se vive no sector da saúde na Madeira onde falta tudo o que é fundamental e básico para o funcionamento do sistema, onde as listas de espera continuam por resolver, onde há um enorme problema de financiamento do sistema, onde se verifica um vazio programático entre a necessidade de encontrar um caminho firme para a construção de um novo hospital e a necessidade, de curto prazo, de adequar minimamente as atuais instalações. Existirá a consciência sólida de que estas matérias estão todas em banho-maria e que este acontecimento apenas as veio agravar?
6. O indigitado Secretário Regional tem as garantias de que os problemas centrais do setor da saúde serão levados a bom termo sem mais demoras e hesitações políticas?
7. O Presidente do Governo pode garantir à população que esta nova solução trará a estabilidade necessária à governação da saúde na RAM, aspeto essencial para um trabalho coerente e eficaz?
Concluímos, mostrando uma enorme preocupação pelo facto de depois de uma celebração quase apoteótica dos 100 dias de governação, se verifique uma baixa num dos pilares mais fundamentais do desenvolvimento da RAM e num dos sectores onde a população exige soluções rápidas, sem hesitações, sem turbulência partidária que afete os interesses públicos. A estabilidade governativa é uma prerrogativa do Presidente do Governo e a saída de um Secretário Regional exige muito mais que declarações pontuais a meio de um evento desportivo.
Aguardamos as posições do Presidente do Governo e as garantias que acabamos de solicitar que preocupam não apenas o PS-M mas sobretudo os utentes que sofrem todos os dias com as deficiências do Sistema Regional de Saúde e em particular com as gravíssimas situações verificadas no Hospital Dr. Nélio Mendonça, onde falta quase tudo.”