É mais uma mancha no património edificado madeirense.
A Capela e o Solar da Boa Nova, no sítio da Boa Nova, freguesia de São Gonçalo, sobranceiro ao Centro de Inspecções Automóveis, está aparentemente ao abandono.
Em Janeiro de 2008 foi tornado público um empreendimento imobiliário para a quinta. Fizeram-se arruamentos no sentido de lotear o terreno.
A primitiva casa e a capela anexa seriam, naturalmente, preservados e recuperados. As novas moradias iriam surgir a sul.
Em 2008, ainda se questionou o porquê da quinta não estar classificada, razão pelo qual o projecto imobiliário teria tido luz verde.
Um projecto de um grupo empresarial que havia adquirido a histórica quinta e capela da Boa Nova (datadas de 1701), assim como os vistosos terrenos dos arredores.
Seis anos depois, o que temos é um portão fechado, algum material (gruas e camião) nos terrenos mas nenhuma actividade de construção/recuperação.
Trata-se de um solar do século XVIII com Azulejos de rara beleza. Com efeito, a azulejaria está datada e referenciada pelo Eng. Santos Simões, em obra publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian (Azulejaria portuguesa nos Açores e na Madeira/João Miguel dos Santos Simões. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1963).
Trata-se de um exemplar de casa e capela adossada que já rareia no que resta deste género de arquitectura, na Região.
A Capela possui raríssimos painéis em alto-relevo, únicos na Madeira.
Dizem-nos que o local já terá sido assaltado, tendo desaparecido a santa de roca e a pia baptismal. Será?
