Os media e a propaganda insultuosa

Paulo Pita da Silva

“Olho por olho”, e o Mundo todo acabará cego”

(Mahatma Ghandi)

Ao lerem este título, a maioria dos leitores irão certamente pensar quase de imediato, “… lá se vai atirar aos jornalistas…”. Pois como verão, não será bem verdade.

A minha crítica neste escrito circunda a sociedade atual, principalmente a Europa e a América do Sul, que todos os dias devoram informações com uma sofreguidão assustadora.

Sendo eu um utilizador assíduo da Internet, onde navego por blogs, sites de informação e redes sociais, infelizmente apercebo-me que diariamente são debitadas notícias sobre massacres de inocentes na zona do Iraque – Síria, e em suma na zona do Curdistão (aos quais acresce Irão, Arménia e Azerbaijão).

Estes senhores do Estado Islâmico, grupo fundado em 2004, surgem como braço armado da Al-Qaeda, que quando esta perde força, rompem relações. Um grupo formado por radicais islâmicos sunitas, que consideram os outros povos da região infiéis, como por exemplo os Yazidis (grupo minoritário, constituído por pequenas populações, que seguem a religião pré-islâmica com língua própria que se encontram no Iraque, Síria e Turquia, com a característica física de terem olhos azuis).

Com o recrutamento na Europa e nos Estados Unidos bem como na América do Sul, de sujeitos de fraco carácter, ou por outras razões, que sinceramente não consigo entender, acham que a melhor forma de fazer crescer a sua importância é utilizando os media enquanto veículo de propagação dos chamados “vídeos virais” publicados na “aldeia global”.

Não entendo que aliada a uma notícia, sobre qualquer massacre de pessoas, crianças e cidades seja na zona do Curdistão seja na Nigéria (Boko Haran), imagens chocantes se façam circular com a mesma, e pior, que sejam partilhadas pelos internautas e repassadas milhares de vezes sem conta. Choca-me ver o massacre de qualquer europeu, como de qualquer africano ou de qualquer homem do Islão. Choca-me no geral o desprezo pela vida Humana. Acresce profundo horror e sentimento de repulsa, invadindo a minha mente pensamentos radicais, pois por momentos entendo que para esses seres desprezíveis só lhes assentará a morte (tornando-me por momentos como estes). Quando leio notícias onde milhares de crianças são massacradas por nascerem na zona e ano errado, choca-me particularmente os relatos de violações a crianças Yazidis, choca-me ver essas notícias com imagens que se tornam virais, e por isso vos digo: temos de por fim a isso.

Não posso criar um exército de salvadores, não posso ir eu mesmo protegê-las, não sou um super-herói. Sou simplesmente um homem e que posso eu fazer?

Posso usar estas linhas para vós dar conta da única forma ao alcance de qualquer um de nós: simplesmente não abrir os links com imagens ou vídeos de propagandas de massacres perpetrados por esses radicais. Ao não visualizar, ao não promover a difusão desses vídeos e imagens, cumpro o meu dever cívico. Promovo a minha própria guerra pacífica, silenciosa e sem qualquer poder bélico. Utilizo a informação que me fazem chegar devidamente e com o único interesse que tem: o meramente informativo e não dando logro aos desejos repulsivos de um qualquer fulano que se diz líder escondido por detrás de lenços pretos, na maior das cobardias.

Enfim, que este alerta sirva a todos que estejam a navegar naquela que é a maior rede de informação jamais utilizada, para que saibam usá-la a não promover aqueles que deste mundo nada merecem.

Neste guerra silenciosa que promovo, certamente que a força dos ignóbeis irá desvanecer-se…

Disse.