Fotojornalista Rui Marote deixa vasto acervo em depósito no Museu Vicente’s

Fotos cedidas pela SRTC

O director-adjunto do Funchal Notícias, Rui Marote, e fotojornalista de longo percurso, celebrou um contrato com a Secretaria Regional do Turismo e Cultura, colocando em depósito no Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, um vasto acervo de imagens, entre negativos e fotografias digitais. A ocasião, que teve lugar há alguns dias naquele espaço, contou com a presença do governante da tutela, Eduardo Jesus, que fez questão de marcar presença, mas não foi divulgada à comunicação social madeirense.

Por reputarmos tal assunto de interesse, e com a autorização do principal protagonista, o FN salienta esta contribuição para o espólio documental da Região: trata-se, nem mais nem menos, de uma colecção constituída por 135.131 negativos de 35 mm, 143 negativos de 6×6 mm, 139 diapositivos a cores e a preto e branco, 112 provas e um disco rígido contendo contendo 606 Gb em imagens digitais.

Este valioso espólio fica agora à guarda do Museu Vicente’s.

Rui Marote documentou nas suas reportagens muitos acontecimentos relevantes da história mais recente da Madeira, e também inúmeros locais que percorreu em múltiplas viagens ao redor do mundo.

Muito conhecido no nosso meio, Rui Marote iniciou a sua actividade nos meios de comunicação em 1972 na então Lourenço Marques, em Moçambique, na firma “Som Imagem”, sendo também correspondente da RTP naquela província.
Em 1973 colaborou na Telecine Moçambique. No mesmo ano realizou uma comissão de serviço em Angola, na Telecine África, participando na produção de diversos documentários em 35 mm para o Banco de Angola, em todas as províncias, abordando temas como o petróleo, café, as madeiras, algodão, pescas, artesanato, oleaginosas, diamantes… No ano seguinte, 1974, trabalhou nas Actualidades de Moçambique  e fez parte da equipa de filmagens que realizou diversos documentários sobre Cabora Bassa.
Foi nomeado em 1974 para o prémio do Ministério do Ultramar, por 3 reportagens publicadas no Jornal da Madeira. O prémio incluia uma viagem a metrópole, mas tal não se verificou devido ao 25 de Abril desse ano, com a Revolução dos Cravos.
Na Madeira, Rui Marote foi colaborador desportivo do Jornal da Madeira nos anos 64, 65 e 66.
Em finais de 1975, integrou o quadro redactorial do Jornal da Madeira como repórter fotográfico. Permaneceu no JM até 1982.
Em Abril  de 1982 integrou o quadro redatorial do Diário de Notícias da Madeira, com a categoria de jornalista do 3º Grupo.
Fez parte da equipa que publicou o maior suplemento anexado ao DN-Madeira, um trabalho com mais de 80 páginas sobre a África do Sul.
Fotografou diversos líderes e personalidades de destaque, entre eles os sul-africanos Nelson Mandela, bispo Desmond Tutu, Frederik De Klerk e o antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano.
Fotografou múltiplas personalidades da Cultura nacional, como José Saramago,  António Alçada Baptista, Clara Pinto Correia, João Aguiar e outros escritores, artistas e actores de destaque, em colaboração com Luís Rocha em reportagens culturais em Lisboa.
Já fotografou em mais de 75 países, em múltiplas viagens ao redor do Mundo.
Durante mais de 20 anos foi correspondente do jornal “O Século de Joanesburgo”.
Foi correspondente do jornal desportivo “A Bola” durante 22 anos. Foi, aliás, convidado para enquadrar o quadro de “A Bola” a nível nacional, mas não quis sair da Madeira.
Foi correspondente do jornal “A Capital”, no Funchal
Foi ainda correspondente da revista “Nova Gente”  e do “Golo”.
Colaborou com as agências de notícias ANOP e Lusa no Funchal.
Uma sua fotografia foi eleita pela agência Lusa como melhor reportagem do ano: documentava a maré negra ocorrida no Porto Santo em 1990, causada pelo petroleiro espanhol “Aragón”.
Rui Marote tem ainda diversas fotografias publicadas em vários livros lançados na Região.
É desde há 8 anos um dos responsáveis pelo projecto noticioso “Funchal Notícias”.