Fotos: Luís Rocha
Esta solenidade de carácter religioso encheu hoje de fiéis e curiosos as ruas do centro do Funchal. O povo cristão ansiava por uma comemoração com todas as características que caracterizavam o evento no período antes da Covid-19, e acorreu em massa. Também foram muitos os interessados, devotos ou não, entre os estrangeiros que nos visitam, curiosos pela movimentação e pelo colorido desta manifestação de fé.
Os tapetes florais colocados nas ruas da baixa atraíram muitos olhares e até houve quem apanhasse as flores, uma vez a procissão terminada, para tentar discernir a sua espécie botânica e sentir-lhe o cheiro. Os visitantes eram especialmente curiosos a este respeito.
Também terão ficado impressionados com o desfile de irmãos das confrarias, trajados a rigor, acompanhados das “saloias” também trajadas a preceito, das bandas de música e por um bom número de escoteiros fardados. As entidades oficiais, naturalmente, não podiam deixar de estar presentes, bem como as irmãs que pertencem às ordens religiosas.
O evento culminou frente à Sé do Funchal, onde foram dirigidos agradecimentos ao bispo e a todos os participantes.
Uma vez terminado o evento, as pessoas foram rápidas a dispersar, embora ainda houvesse quem se demorasse pelos cafés da baixa.
No final da procissão, não faltou nem sequer o indigente que, à porta da igreja, pede esmola, alheio a toda a faustosa comemoração ao seu redor: antes dirige as suas atenções para o “fiel amigo”, que corresponde aos seus carinhos. Um retrato humano, a lembrar-nos que os ensinamentos de Cristo residem sobretudo nos bons actos pessoais e na boa vontade e menos na ostentação. Não que quem crê não tenha todo o direito de comemorar a sua fé, como bem entender.
Os cantoneiros da CMF estavam de prontidão e não perderam tempo em começar a limpar as ruas e a remover os tapetes floridos.