“Há utentes da Região a interromper tratamentos médicos no Continente por falta de apoio financeiro do Governo”, denunciou Lina Pereira, porta-voz da iniciativa do JPP que decorreu esta manhã, junto ao centro de saúde de Santa Cruz.
“É conhecido que qualquer doente que se desloque ao Continente para tratamento médico ou, no caso dos porto-santenses, ao Funchal, têm direito ao pagamento de uma diária, referente a despesas com estadia e com alimentação”, valores estes que “não sofrem qualquer alteração desde 2004” (resolução n.º 1328/2004), referiu.
Lina Pereira recordou que no passado dia 19 de Abril foi discutido na Assembleia Legislativa uma proposta do JPP que “visava, exatamente, a atualização destes valores pagos aos utentes deslocados que se encontram em tratamento, principalmente quando se verifica o forte aumento de preços quer na alimentação, quer nas estadias”.
“A titulo de exemplo, o valor pago pelo serviço regional de saúde para um adulto, em regime de pensão completa é de 27,70€ e, para uma criança até aos 9 anos, 13,85€: onde é que se encontra estadia com todas as refeições a estes valores? Ainda para mais quando falamos de cidades como Lisboa, Porto, Coimbra ou até mesmo aqui, no Funchal, para os que se deslocam do Porto Santo?”, indagou a porta-voz do JPP.
“Infelizmente, a maioria parlamentar PSD/CDS que suporta este Governo Regional chumbou a proposta do JPP e impediu que os utentes vejam, mais uma vez, os seus direitos à saúde salvaguardados”, lamentou ainda.
Para Lina Pereira, este é mais um sinal de que, para a maioria parlamentar PSD/CDS há dois pesos e duas medidas: “chumbaram a proposta do JPP, obrigando os utentes deslocados para tratamento médico a pagar despesa com alimentação e estadia do seu bolso mas, quanto à viagem principesca feita por Miguel Albuquerque à Venezuela onde gastou, por dia, cerca de 13 mil euros, este mesmo PSD/CDS nada disse! Miguel Albuquerque gasta, numa noite, o que milhares de famílias não ganham num ano inteiro, mas os utentes nem sequer têm direito a 30 euros para refeições e dormida, isto é uma vergonha!”
“Não podemos continuar a aceitar esta forma insensível de governar. O JPP não baixará os braços e continuará a lutar pelos direitos dos utentes, do Povo da Madeira e do Porto Santo”, declarou.