Calado critica “excesso” de liberdade de publicações nas redes sociais sob anonimato

O edil funchalense, Pedro Calado, convidou o coronel reformado da Força Aérea e militar de Abril, Faria Paulino, para uma intervenção acerca do 25 de Abril na Câmara Municipal. Este traçou um quadro negro, pré-catastrófico da sociedade actual.

Por seu turno, Calado, numa alocução que precedeu a de Faria Paulino, considerou que a Revolução dos Cravos não é partidária, mas sim do português, daí que a autarquia opte por um modelo de celebração que é apartidário e aberta a todas as pessoas. Aproveitou também para criticar os “excessos” de liberdade.

O autarca exaltou o 25 de Abril, pela sua importância “para todos os portugueses”, e disse ser necessária uma reflexão sobre como era Portugal antes de 25 de Abril de 1974, o que foi durante esse período e no que se tornou depois.

“O 25 de Abril não é uma comemoração partidária”, afirmou, mas sim de todos os portugueses. E realçou que depois do desenvolvimento político e social, hoje, mais do que nunca urge ter uma consciência acima de qualquer partido político e pensarmos se é este o caminho e rumo que queremos para o futuro.

Até porque, como realçou, passou-se de um período em que “reinava, por completo, a ditadura onde não havia liberdade de expressão” para um tempo, que classificou de “liberalismo anárquico, onde qualquer pessoa diz o que quer, faz o que quer, da forma como entende e acho que as pessoas têm de pensar muito bem sobre a organização que o país tem e sobre a forma como o país está a ser desenvolvido”.

O problema, sintetizou, é que, agora, “qualquer pessoa, sob o regime do anonimato”, usa as redes sociais “para dizer aquilo que quer e lhe apetece”, pondo em causa pessoas e instituições, sem lhes ser imputada qualquer responsabilidade, razão pela qual, advoga,  se deve pensar bem no caminho que se quer  para o futuro, sendo imperioso, “sobretudo, que as gerações novas entendam que há uma evolução democrática” e que “muita coisa melhorou e bem, mas que continuamos a ser um país pobre, sem rumo, sem estratégia, uma país onde as grandes reformas continuam todas por fazer e onde este liberalismo anárquico vai condicionar muito o crescimento e desenvolvimento do nosso povo”.