O PCP, dando sequência à campanha “Mais Força aos Trabalhadores” realizada no âmbito da preparação do XI Congresso Regional do PCP, que se realiza nos próximos dias 25 e 26 de Fevereiro, desenvolveu ao longo da manhã uma jornada de contacto com trabalhadores de diversos sectores para afirmar a necessidade da valorização geral dos salários.
Na Rua Fernão Ornelas, junto ao Largo do Phelps, o deputado Ricardo Lume referiu que o salário real dos trabalhadores na Região estão efectivamente a diminuir.
“Devido ao aumento dos preços nos bens alimentares, na energia e principalmente na habitação, é fácil constatar que os aumentos “anémicos” dos salários ficam muito aquém das necessidades dos trabalhadores, mas também aquém da possibilidade das entidades patronais aumentarem os salários pois têm a presentado lucros astronómicos”, disse este parlamentar.
O salário mínimo a praticar na Região, mesmo com a actualização aprovada ontem no Parlamento Regional para os €785, não dá resposta às necessidades mais básicas de um trabalhador e da sua família, criticou.
A título de exemplo, para alugar um T1 no Funchal a renda ascende aos €700. A conta da água, da luz e das telecomunicações vão aumentar em 2023 na ordem dos 7%, no supermercado a escalada dos preços dos bens alimentares é diária, cada vez mais é difícil um trabalhador fazer face às suas despesas mensais com o seu salário.
Em 2022 a taxa de inflação fixou-se nos 8,1% e as previsões do Banco de Portugal é que a inflação em 2023 possa atingir os 5,8%, apontam os comunistas.
Ora, para os mesmos, não é aceitável que apesar do crescimento económico, apesar do aumento da produtividade dos trabalhadores os salários continuem a ser de miséria.
“É também uma evidência que, tanto na administração e no sector públicos, como em inúmeras atividades e empresas do sector privado, como já é evidente no sector da hotelaria e no sector da construção civil, sectores em plena expansão, boa parte dos níveis salariais foi absorvida pelo salário mínimo ou está muito próximo do seu valor. E mesmo em carreiras profissionais longas ou nalgumas chefias pouco se distanciam da retribuição mínima”.
O PCP continua, pois, a criticar a perpetuação do modelo de baixos salários.