A coligação “Confiança” na Câmara Municipal do Funchal lamentou hoje que a edilidade, na sua perspectiva, continue “refém de interesse imobiliários”. Esta representação política, manifestando a sua preocupação face aos riscos que a cidade apresenta, levou à reunião de câmara desta semana uma proposta de deliberação, entretanto chumbada pelo executivo PSD, que visava a atribuição de benefícios aos produtores agro-alimentares que se encontram enquadrados na agricultura familiar do Funchal.
Esta proposta, assegura a “Confiança”, salvaguardava a importância que estes produtores têm, não só a nível da produção e da empregabilidade, mas especialmente no que concerne à redução dos riscos associados aos incêndios rurais e aluviões que a manutenção de terrenos cultivados garante, contribuindo desta forma para uma maior segurança da cidade do Funchal.
“Lamentavelmente o executivo PSD está apenas preocupado em incentivar a promoção imobiliária, alterando a classificação de solos do tipo rústico para tipo urbano, em detrimento de garantir a segurança de todos os munícipes do Funchal”, assegura a “Confiança”.
“Este executivo teima em olhar para um Funchal circunscrito unicamente à sua baixa, não conseguindo ter uma visão global da cidade e dos funchalenses, não desenvolvendo uma estratégia de apoio ao sector agro-alimentar, comprometendo não só as famílias que dele dependem, mas também todos aqueles que de forma indirecta são dele beneficiários”, afirma a vereadora Cláudia Dias Ferreira.
Nas propostas da Ordem de Trabalhos, a Confiança votou contra uma nova proposta do PSD para alteração dos alinhamentos previstos na planta da Cidade, desta vez na freguesia de Santa Luzia, que provocará no futuro mais um estreitamento de uma artéria, que beneficiará apenas o promotor imobiliário, em detrimento de todos os outros munícipes, comprometendo a fluidez do trânsito, o parqueamento automóvel e principalmente as operações de socorro quando forem necessárias, refere um comunicado.
“Numa única reunião, o executivo PSD não promove a manutenção dos solos agrícolas que protegem a cidade por um lado e altera alinhamentos de futuros arruamentos por outro, revelando uma clara submissão aos interesses do sector imobiliário e da construção civil, em prejuízo do superior interesse da cidade”, insiste a vereadora Cláudia Dias Ferreira.
No Período Antes da Ordem do Dia (PAOD) os vereadores eleitos pela Confiança continuaram a colocar questões propostas por munícipes, nomeadamente sobre:
- Problemas relativamente a estacionamento irregular em diversas artérias do Funchal;
- A proliferação de obras que provocam estreitamento ou interrupção de vias comprometendo a circulação automóvel e pedonal;
- Os atrasos que se verificam na implementação da Estratégia Local de Habitação para o Funchal, criada pelo anterior executivo;
- O abandono das preocupações com a juventude, comprovadas pela ausência da implementação de uma estratégia assente no Plano Municipal da Juventude.