O Bloco de Esquerda realizou uma iniciativa para criticar o facto de “em mais um ano e mais um mês de Janeiro”, a população do Porto Santo “ficar esquecida e isolada com todos os constrangimentos que daí advêm, em que não é garantida a continuidade territorial entre todo o território do arquipélago, que o Governo Regional tem obrigação de assegurar, como aliás também exige, e bem, a Lisboa, mas que depois, a nível doméstico, falha em absoluto”.
Para o BE, este é mais um ano em que a economia local, já de si frágil devido à sazonalidade, é prejudicada pela falta do ferry e pela empresa que o Governo Regional da Madeira escolheu, por ajuste directo, para operar a linha de transporte marítimo regular entre as ilhas.
“E Miguel Albuquerque, em vez de fazer piadas e desvalorizar as dificuldades por que passa a população do Porto Santo, deve sim explicações”, entende o Bloco.
“Deve explicar, em 1º lugar, porque não cumpre a Lei da Contratação Pública; por que é que não lançou o concurso público internacional conforme a lei o obriga a fazer, e por que opta pelo ajuste directo ao mesmo grupo económico de sempre e que não tem introduzido qualquer melhoria na operação. Por que é que o Governo Regional está refém do Grupo Sousa e deste monopólio que foi criado pelos governos do PSD-M”, acusa.
Os bloquistas dizem que Miguel Albuquerque “deve explicar também a todas e a todos os madeirenses e, particularmente, aos porto-santenses, porque vão continuar a ter os mesmos problemas com a ligação marítima até 2035. Por que é que o Governo Regional, no contrato anunciado da nova concessão, não incluiu a obrigação da Porto Santo Line cumprir o serviço público e de manter a linha marítima a operar nos 12 meses do ano”.
“Esta é uma opção política”, diz o Bloco. “E é uma opção do governo PSD-CDS manter tudo como está. Miguel Albuquerque no seu programa de governo garantiu o ferry durante todos o ano para o Porto Santo. Mais uma mentira do Governo PSD-CDS”, insiste o BE.
O partido refere que é necessário “acabar com todos estes monopólios, com estes regimes de privilégio que asfixiam a nossa democracia, os direitos e a vida dos cidadãos. Só quando este governo PSD/CDS cair, e isso vai acontecer, e quando tivermos uma esquerda forte e um governo que enfrente os poderes instalados, os lobbies e os amiguismos será possível a defesa efectiva do serviço público e dos interesses de todas e de todos os cidadãos da Madeira”, diz Dina Letra, coordenadora do Bloco de Esquerda.