JPP aponta deficiências do atendimento nos centros de saúde da RAM

O JPP foi hoje ao centro de saúde da Camacha para, nas suas proximidades, denunciar falhas que continuam a verificar-se nos centros de saúde da Região, conforme disse Lina Pereira, porta-voz da iniciativa.

“Foram às dezenas os utentes que, nestes dias de Festa e de balanço de fim do ano, apontaram a Saúde como um dos sectores que urge de mudanças, contrariando o próprio secretário regional da Saúde, na discussão do Orçamento que decorreu no Parlamento ainda em Dezembro”, apontou.

De acordo com Lina Pereira, há utentes que continuam sem médico de família e os que têm, aguardam meses para conseguir uma consulta, muitas vezes, num período “superior a 6 meses”.

“Outra situação é a demora para a renovação de receitas médicas que, em alguns casos, ultrapassa 4 semanas”, situação “incompreensível e inadmissível”, reforçou.

“É de salientar o serviço público promovido pelas farmácias que, mesmo sem a receita médica, disponibilizam a medicação já com o valor comparticipado, aguardando pelo centro de saúde para que a situação seja regularizada”, referiu.

A porta-voz do JPP frisou que “muitas vezes, o utente tenta contactar o seu centro de saúde, via telefone, mas sem sucesso porque ninguém atende, obrigando-os a dirigir-se, presencialmente, ao local. E quem tem horário de trabalho que coincide com o horário de funcionamento do próprio centro de saúde, como faz?”, questionou.

Esta situação resulta “num entupimento dos serviços de urgência, com custos mais elevados para o Serviço Regional de Saúde”, ou “no recurso ao privado” tendo recordado o aumento que se verificou, em 2022, no número de médicos convencionados, a sua maioria, para Medicina Geral e Familiar”.

Para Lina Pereira, é urgente compreender “porque ainda não foi replicado o modelo das Unidades de Saúde Familiar para todos os centros da Região, tal como foi prometido pelo sr. Secretário, Pedro Ramos, há já 5 anos”.

As Unidades de Saúde Familiar permitem um serviço constituído por uma equipa multiprofissional, orientado para a satisfação das necessidades dos utentes, com indicadores de padrão de qualidade, com autonomia organizativa técnico-funcional, tornando a organização dos centros de saúde mais flexível e menos burocrática.

“Nestas Unidades de Saúde Familiar, por exemplo, quando o médico ou enfermeiro de família está ausente, haverá SEMPRE um profissional de outra equipa que poderá atender as situações agudas, sem precisar de nova marcação. Os pedidos de renovação de medicação crónica, por exemplo, são passados num prazo máximo de 3 dias úteis”, referenciou.

Para o JPP é claro que as USF trariam benefícios, quer para os utentes, quer para a própria dinâmica profissional sendo por isso urgente que “mais do que palavras, a Secretaria Regional de Saúde, passe à acção”, concluiu.