Comandante da PSP revela que na RAM aumentou o número de idosos vítimas de violência

Nos últimos três anos, aumentou na Madeira o número de idosos vítimas de violência, revelou o comandante da PSP Madeira, na Comissão Especializada Permanente de Saúde e Assuntos Sociais.

Apesar de se ter registado uma diminuição geral na violência doméstica, “em 2019 verificaram-se 70 crimes contra pessoas com mais de 65 anos, em 2020 há a assinalar 87 queixas e em 2021 foram registados 95 casos”, adiantou o superintendente-chefe Luís Simões. Cerca de 80% das vítimas são mulheres.

A violência predominante é a psicológica ou emocional, seguida da violência económica, sendo que em metade dos casos a violência é exercida pelos descendentes, e em um terço dos casos é praticada pelos cônjuges, disse.

A violência doméstica representa 10% da criminalidade registada na Região, estando, em termos estatísticos, dividida em três categorias: violência contra cônjuges (717 casos em 2019, 660 em 2020, e 644 em 221), violência contra menores (17 crimes em 2019, 15 em 2020 e 15 em 2021), e outros crimes de violência doméstica (124 casos em 2019, 131 em 2020 e 123 em 2021), cita uma informação do parlamento regional.

A PSP Madeira tem duas equipas vocacionadas para o trabalho com a violência doméstica, que operam a partir das esquadras do Funchal, 24 horas por dia, e da Ribeira Brava, “em horário de expediente, de segunda a sexta-feira”, revelou o comandante da PSP.

Em termos percentuais os números da violência doméstica são proporcionais à população de cada concelho, as exceções são verificadas na Ribeira Brava (10,5%), em Santa Cruz (13,8%), e Santana (3,4%), onde a distribuição percentual dos crimes é superior à percentagem populacional de cada concelho em relação ao total da Madeira.

Em género de balanço, na audição realizada no Parlamento madeirense o superintendente-chefe Luís Simões adiantou que a criminalidade geral e a criminalidade violenta e grave diminuíram com a pandemia, entre 2020 e 2021.

Antes desta audição, a Comissão de Saúde e Assuntos Sociais enviou 5 Projectos de Resolução para debate em plenário, depois de na primeira apreciação terem sido considerados aptos para análise alargada por todos os deputados.