Joaquim José Sousa demitiu-se da Comissão Política Nacional do PAN

A crise no PAN chegou também à Madeira e Joaquim José Sousa demitiu-se ontem da Comissão Política Nacional. Em causa, a decisão tomada por aquele organismo, reunido no último sábado em Lisboa, de não realizar um congresso para retificar os estatutos que consagraram a autonomia das comissões políticas da Madeira e dos Açores, que tinha sido aprovada no congresso de Tomar em Junho de 2021 e que, por outros motivos, foram chumbados pelo Tribunal Constitucional.

“O respeito pela Autonomia é um desejo antigo dos militantes da Madeira que com os presentes estatutos não gozam nem de autonomia política, nem organizativa”, reza um comunicado.

“Perante a recusa em retificar os estatutos em congresso, Joaquim José Sousa ouviu os militantes no decorrer de domingo e segunda-feira e demitiu-se da Comissão política Nacional do Partido”, prossegue a informação.

Joaquim José Sousa referiu que a decisão da Comissão política Nacional de não realizar um congresso vai contra “a abertura evidenciada no último congresso, com a aprovação de novos estatutos, que reconheciam a especificidade das regiões autónomas ao nível partidário, com a possibilidade de organização de Congressos Regionais, conferindo assim a importância política que as autonomias verdadeiramente têm”.

Um militante histórico do PAN referiu que a decisão de colocar os estatutos aprovados no congresso de Tomar na gaveta, “é profundamente desrespeitosa para com aqueles que apoiaram entusiasticamente estes estatutos, agora apagados”, recordando que desde 2013 o PAN Madeira lutou por esta autonomia, refere a nota.

Joaquim José Sousa referiu ainda que “se demite por respeito à Assembleia de Militantes da Madeira”, referindo que “a Autonomia não é questionável” e que efectivamente o partido “não é só Lisboa, Porto e Braga” e que “o sonho persiste, as causas são nobres e que ainda que fora da CPN, continuaremos a lutar por um mundo melhor, mais sustentável, mais empático”.