Portugal tem vivido, desde que a democracia portuguesa foi instalada em 1974, neste quadro governativo.
Uma corrente política defende que é mais vantajoso para os portugueses repartir desde logo o rendimento obtido, esperando que a procura se fortaleça e que arraste a produção. Se vivêssemos numa economia fechada – o que é de todo irreal atualmente- teríamos um impacto positivo no lado da procura, que impulsionaria a oferta.
Uma outra corrente política, ao invés, considera que devemos primeiro aumentar a produção para, só depois, distribuir o rendimento obtido.
Ainda recentemente no debate Rio – Costa ouvimos o argumentário de um lado e do outro.
Inegavelmente, constitui a política governativa sustentável a segunda e, finalmente, Rui Rio explanou-a com clareza. Porque vale mais votar em Rio? Por estas razões, pois então!
Se dermos prioridade à criação de riqueza deveremos desde logo apoiar as entidades que a criam e pagam salários – as empresas.
Daí fazer todo o sentido reduzir o IRC e implementar outras medidas de apoio às empresas e à criação de emprego.
Há uns meses atrás, sem espanto, alguém que se desse ao trabalho de inquirir a Maioria, chegaria à conclusão que Costa ganharia facilmente as eleições legislativas de 2022. Rio era muito sombrio e não apesentava argumentos.
Pois bem! Não foi o que aconteceu no debate televisivo. Rio conseguiu surpreender pela positiva no debate com Costa! E, para tal, foi apenas necessário e suficiente apresentar de forma clara o modelo de desenvolvimento da criação de riqueza e, só depois, a sua distribuição.
De candidato derrotado à partida por um ex-primeiro ministro, emerge agora um ator que poderá ser o principal no filme eleitoral.
Milagre? Não, apenas porque soube explicar ao eleitorado ao que vem e confrontar o ex-primeiro ministro com as suas debilidades e fraquezas do modelo governativo.
E também, mais importante e acima de tudo, se queremos desenvolver Portugal temos de criar riqueza antes de pensarmos em a distribuir. Por detrás da criação de riqueza está a inovação, o risco e a produtividade.
Dito deste modo até parece que é fácil.
Não!, mais fácil é repartir. Ficam todos contentes e depois fecham a porta.