Tectos da Sé maravilham quem passa pela catedral madeirense

Fotos: Rui Marote

Após o restauro recentemente concluído na Sé do Funchal, fotografias dos tectos mudéjares, como não havia memória de terem antes sido vistos, têm-se multiplicado por todo o lado, inclusive em publicações nas redes sociais. É o reconhecimento do trabalho dos restauradores e o fascínio do público pela beleza histórica do templo manuelino, insuflada de nova vida. O repórter fotográfico do FN também registou os pormenores, fascinantes.

“Quem hoje entra na Sé e gosta de Arte, tem o privilégio de observar os tectos da Sé, como nunca antes se viu”, diz o historiador e nosso colaborador, Nelson Veríssimo. “Mesmo no século XVI, quando os tectos eram recentes e estavam limpos, a visão seria bem diferente, porque prejudicada pela falta de luz”, observa. “Nos nossos dias, o restauro bem conseguido e a boa iluminação puseram a descoberto o esplendor das coberturas mudéjares, dando à Sé do Funchal uma monumentalidade singular”.

“Contemplar os tectos ou o retábulo da Capela-Mor constitui manifestação espiritual tão eloquente quanto a oração, que o espaço convida e a Igreja incentiva”, opina Nelson Veríssimo.

“Para além da beleza, em boa hora posta a descoberto, fica-nos a certeza de que a intervenção no património arquitectónico, quando bem planeada e bem executada, traz sempre ao edifício valor acrescentado. Tal como nos socorremos de especialistas em diferentes matérias, para alcançarmos o melhor, também na recuperação do património exige-se técnicos qualificados e dispensa-se amadorismos ridículos. A Sé do Funchal é o bom exemplo de 2021, o Forte do Ilhéu, o péssimo”, conclui.