Albertina Ferreira quer ajudar a Serra de Água a repor serviços essenciais e a projectar interesse turístico

Albertina Ferreira, do movimento “Ribeira Brava em Primeiro”, é a nova  presidente da Junta de Freguesia de Serra de Água. Empossada a 15 de Outubro, encara o novo cargo como “um desafio pessoal” motivado pela “capacidade de sentir os problemas da minha comunidade, onde nasci e cresci”.

“Na minha vida académica e profissional preparei-me para a resolução de problemas que afectam profundamente o desenvolvimento dos indivíduos e a estrutura das famílias, pelo que vejo agora a oportunidade de colocar em prática a experiência adquirida na integração em equipas de intervenção comunitária na resolução de problemas, e aplicar esse conhecimento acumulado no desenvolvimento da minha comunidade” disse a novel autarca, numa breve entrevista ao Funchal Notícias.

Há assuntos que precisam de atenção, na freguesia. E, diz a nossa interlocutora, compete ao presidente da junta de freguesia intervir ao nível local, ou micro. “As questões relacionadas com o envelhecimento da população”, um dos problemas que afectam a Serra de Água, estão já delineadas a um nível acima, no concerne à tomada de medidas necessárias, ou seja, pela Câmara Municipal,  “que o tem feito muito bem”, em seu entender.

“O poder de proximidade, de contacto com população é exercido primordialmente pelo presidente da junta que, neste caso, serve como mediador ou facilitador do contacto com a Câmara Municipal dando a conhecer as necessidades da população e articulando as formas de intervenção”. É assim que Albertina Ferreira vê o seu papel.

Por outro lado, há questões relacionadas com dificuldades económicas e sociais, que são também dependentes de linhas de acção decididas a um nível superior.

“Apesar da escassez do orçamento das juntas de freguesia e das despesas de funcionamento com ela própria, existem os programas de criação de emprego, aos quais recorremos, e por vezes são a única fonte de rendimento de algumas famílias. Infelizmente, o acesso a esses programas tem vindo a diminuir e a freguesia não consegue contratar, mesmo que provisoriamente, mais do que dois trabalhadores por ano”, lamenta. “A outra forma de minimização da influência do contexto económico sobre as famílias menos preparadas é o conhecimento que o presidente da junta de freguesia possui dos seus habitantes e das formas que existem de recorrer aos apoios existentes, que por vezes são desconhecidos da população”,

E de que infraestruturas necessitará a Serra de Água, uma freguesia que tem sido gravemente fustigada pelos temporais, e que é ainda hoje bastante rural, apesar de as acessibilidades serem hoje consideravelmente melhores que no passado?

“Considerando que a freguesia tem características orográficas muito particulares, que tornam desafiante a vida dos locais, consideramos prioritário a construção de acessos aos terrenos agrícolas e às habitações”, diz-nos a recém-empossada autarca.

“O acesso automóvel às propriedades e habitações é provavelmente um dos melhores potenciadores da qualidade de vida”, opina, “pois facilita e potencia a agricultura e a vida familiar através de melhores acessos de pessoas, bens e produtos às habitações”.

Para além disso, explica, freguesia, pela sua beleza natural, anseia por tornar-se um local de interesse, já conhecido pela sua actividade económica tradicional, pelo que necessita de reformular e repor serviços essenciais como os estacionamentos, o acesso ao multibanco, a requalificação do polidesportivo, os WC públicos, entre outros.

“A construção de um acesso pedonal  ao longo da ribeira e do vale da Serra de Água, com ligação à vila será uma excelente forma de colocar a freguesia nos roteiros de interesse turístico associado à actividade física na natureza, com eventuais benefícios à actividade económica”, conclui a nossa entrevistada.