O chefe do Executivo madeirense repetiu hoje que “estamos no período mais arriscado, mais grave, da pandemia” de Covid-19, razão porque deu parecer favorável à continuação do estado de Emergência a nível nacional, hoje aliás decidido na Assembleia da República. “Volto a apelar novamente à população para ter o maior cuidado”, evitando ao máximo, mesmo nos convívios familiares, os contactos. “Há neste momento um horizonte de esperança, mas temos que ultrapassar esta fase”, declarou, à margem da apresentação, hoje na reitoria da Universidade da Madeira, do último livro da “História da Madeira” de Rui Carita.
Referindo-se a um surto de Covid-19 no Hospital dos Marmeleiros que já vai com umas 20 pessoas infectadas, Albuquerque continua a dizer que as cadeias de transmissão estão identificadas, estando neste momento a situação “sob controle”.
“Infelizmente já tivemos dois falecimentos na sequência dessa cadeia”, admitiu, “tal como tivemos duas pessoas que morreram em consequência da atitude irresponsável de uma pessoa, também é preciso dizê-lo… Mas eu não vou divulgar”. Importante é continuar o trabalho que está a ser feito neste momento, precisou.
“Neste momento temos cerca de 40 cadeias de transmissão activa identificadas. Temos que manter esta situação sob controle”, acrescentou. Continua a dizer que com o regresso de estudantes e emigrantes à Região, é expectável que a transmissão da Covid-19 aumente, sendo necessários maiores cuidados por parte das pessoas, sobretudo para proteger a população mais idosa. “Temos de ter muito cuidado com os nossos pais, os nossos avós, os nossos familiares”.
O presidente continua a insistir que não há transmissão comunitária na Madeira, e lamentou “haver certas pessoas que parece que querem a desgraça…”
“Se houvesse transmissão comunitária teríamos de tomar medidas imediatas”, admitiu. “Mas está tudo monitorizado”.
Miguel Albuquerque elogiou Rui Carita, que foi seu assessor para o património quando foi edil da CMF, e que classificou como “um grande historiador, um homem com uma grande cultura”. Referindo-se a este último volume da sua “História da Madeira”, considerou que se trata de uma obra que fazia falta no panorama editorial. Na sua totalidade, os volumes narram a História do arquipélago até ao século XX. “É um trabalho meritório, excepcional”, considerou.
Repetindo o adágio de que quem não conhece o passado não pode compreender o presente nem perspectivar o futuro, o presidente do Governo Regional considerou importante perceber todas as “nuances” de um processo histórico que conduziu à autonomia da Madeira. “Há uma história de luta dos madeirenses, contra a discriminação, o ostracismo, o abandono”, descreveu, a que os habitantes locais foram votados por parte do poder centralista nacional.