O PCP foi hoje à Rua da Carreira, junto ao edifício onde funcionou  a PIDE/DGS, a polícia política do regime fascista, e posteriormente o Centro de Recrutamento da Zona Militar da Madeira, para apresentar uma iniciativa parlamentar que será discutida esta semana no Plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, defendendo a criação do Centro de documentação sobre a Resistência e os Resistentes Antifascistas na Região Autónoma da Madeira.

Ricardo Lume considerou, na oportunidade, “preocupantes os graves ataques aos valores e direitos democráticos, que se verificam no plano político, económico, social e cultural”. Neste quadro, acrescentou, é particularmente perigosa a campanha que, sob os mais diversos pretextos, visa descredibilizar as conquistas democráticas e direitos históricos alcançados por décadas de lutas.

“Uma campanha que, utilizando a aparente denúncia dos problemas sentidos pelos povos e escamoteando as suas verdadeiras causas, transporta consigo não apenas a ameaça de maiores derivas reaccionárias, mas de concessões e práticas fascizantes – como o discurso contra os partidos políticos em geral ou os sindicatos e outras organizações sociais e políticas. Uma campanha que, sob a falsa capa de ideias que se insinuam como ‘inovadoras’ e que escondem os seus verdadeiros objectivos antidemocráticos e reaccionários, tenta cavalgar e instrumentalizar justas reivindicações e anseios, para melhor expandir a sua influência”, declarou, constatando o ressurgimento da extrema-direita e do fascismo na sociedade portuguesa.

É por isso que o PCP propõe que o Governo Regional crie o dito Centro de Documentação sobre a Resistência e os Resistentes Antifascistas, e que negoceie com o Governo da República o uso do edifício na Rua da Carreira, na Cidade do Funchal, onde funcionou a PIDE/DGS, a polícia política do regime, à Rua da Carreira, e posteriormente o Departamento de Recrutamento Militar, para a instalação de um memorial aos Resistentes Antifascistas.