SPEA lança amanhã campanha anual “Salve uma ave marinha”

O dia 15 de Outubro marca o lançamento da campanha anual “Salve uma Ave Marinha” pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). Trata-se de uma campanha que alerta para o encandeamento e queda de aves marinhas como consequência da poluição luminosa.

A dita campanha terá a duração de um mês e é lançada todos os anos entre Outubro e Novembro. Visa sensibilizar  para a problemática da poluição luminosa e como esta afecta as aves marinhas. “É neste período que as cagarras juvenis tendem a ser atraídas pela iluminação artificial e, desorientadas e encandeadas, colidem com edifícios, linhas elétricas e veículos”, salienta a SPEA.

Além da sensibilização da população, foram contactados os vários municípios da Região no sentido de reduzirem a iluminação pública, principalmente na semana crítica entre 26 e 30 de Outubro. “Este período coincide com uma maior taxa de saída de juvenis que, devido à sua inexperiência, são mais sensíveis e atraídos pela iluminação”, salienta Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA Madeira. Hotéis e edifícios localizados na área costeira são também convidados a aderir à iniciativa que procura reduzir o número de aves afectadas.

Anualmente, cerca de 200 aves marinhas são registadas como vítimas da poluição luminosa. No entanto, apenas algumas destas aves chegam a ser encontradas, resultando em dados pouco representativos da totalidade de aves vítimas desta ameaça, refere a SPEA.

As aves encandeadas costumam ser identificadas no litoral das cidades, em promenades e passeios marítimos, ou locais sobreiluminados, aparentemente desorientadas. Assim, para o salvamento das aves marinhas, a SPEA Madeira alerta as Câmaras Municipais, empresas e população em geral para práticas energéticas que não prejudiquem as aves marinhas. Alerta também para a recolha e identificação de aves encandeadas, mediante instruções divulgadas por esta campanha.

Para a população fica o alerta: se encontrar uma ave, aproxime-se com cuidado, cubra a ave com um casaco ou manta e coloque-a numa caixa de cartão. Deixe-a num local calmo e à noite, liberte-a num local junto ao mar e pouco iluminado. Se a ave estiver ferida, o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza deve ser contactado. Contacte a SPEA (madeira@spea.pt/967232195) com o seu registo. Mais informação ajuda-nos a identificar e corrigir pontos de poluição mais problemáticos.

Desde 2009, a Região tem sido pioneira na mitigação desta ameaça. Até 2022, decorrerá o projeto EELabs que “procura medir a contaminação luminosa dos ecossistemas naturais protegidos da Macaronésia”. A instalação de fotómetros que “medirão” diariamente os níveis de poluição luminosa inicia-se ainda este ano, no município de Santa Cruz e na ilha do Corvo, nos Açores.