Deputada do PS-M Sílvia Silva critica atitude do GR quanto à falta de água de rega e prevenção dos incêndios

O grupo parlamentar do PS-Madeira emitiu hoje um comunicado onde, pela voz da deputada Sílvia Silva, acusa o Governo Regional de ser sempre muito rápido na reacção à pressão da oposição relativamente a matérias governativas que deixam muito, muito a desejar. “O que nós precisamos na Madeira é de uma estratégia que previna e que resolva de forma integrada os problemas graves que nos afligem e que condicionam o dia-a-dia das pessoas, dos trabalhadores, dos proprietários, dos educadores, dos empresários, das famílias e até dos turistas e não de acções ensaiadas e discursos fracamente copiados em reacção ao trabalho de fiscalização da acção governativa e de dar voz aos cidadãos que faz a oposição”, refere.

A questão em causa é a da falta de água para regadio na Região: “Obviamente é preciso reduzir as perdas de água nas redes, mas não é negando os instrumentos financeiros que o permitiriam fazer ou fazendo crer que as canalizações se degradaram apenas nos últimos 6 anos”, diz Sílvia Silva.

“Claro que é preciso apelar à população que poupe água mudando comportamentos, mas é preciso dar o exemplo, deixando de regar jardins públicos às horas de maior calor quando a evaporação é maior, aplicando técnicas de poupança de água nos jardins e espaços públicos nomeadamente o empalhamento, design e infraestruturas de adaptação climática e engenharia natural, recuperando instalações públicas degradadas, sanitários em serviços públicos com perdas constantes que chegam a provocar inundações e a danificar arquivos”.

“Não basta falar em aumentar a infiltração de água é preciso adoptar modelos que o permitam, com cobertos vegetais adequados e aumento da matéria orgânica do solo, que nunca será possível com a estratégia actual de condicionamento da pecuária”, opina.

Por outro lado e no que diz respeito à prevenção de incêndios, “mais uma vez não é restringindo o envolvimento da população, condicionando o acesso às serras, fechando o trânsito em dias de maior risco, fazendo crer que a ameaça são as pessoas e as ignições quando o problema é a rapidez de propagação do fogo, o desordenamento do território, o abandono forçado por modelos ineficazes de gestão”.

A deputada acusa o próprio governo de não limpar as estradas regionais, as vias de referência turística, e não conseguir sequer assegurar a eficaz reflorestação.

“Não se pode falar em espécies resilientes ao fogo. É preciso mudar o discurso e os modelos para sistemas resilientes, que envolvam a população e os proprietários dos terrenos. Ninguém estará disponível para gastar anualmente 2000 euros por hectare, em limpeza de terrenos florestais se deles não puder extrair qualquer tipo de rendimento. Não basta falar de reduzir a erosão e continuar a promover a apoiar projectos que mobilizam o solo em altitude e plantações sem ter em conta as curvas de nível”, declara. E conclui: “Não basta falar e fazer pose para as câmeras fotográficas. É preciso agir antes que aconteça”.