Os deputados do PS-Madeira realizaram hoje, no centro do Funchal, mais precisamente na Placa Central da Avenida Arriaga, uma conferência de imprensa na qual defenderam “a necessidade imperativa de se criar um programa de valorização do empreendedorismo na Região”, para criar mais oportunidades para a população residente, bem como para os emigrantes que regressam à Madeira.
O presidente do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, falou numa crise que se acentua na Madeira e na “generalização da pobreza entre a população”.
Referindo que “as previsões não são as mais favoráveis”, Cafôfo apontou que se “prevê que o PIB possa, até ao final do ano, diminuir entre 16 a 20%”, dando conta que a Região com contabiliza cerca de 15 mil pessoas em situação de desemprego, número que poderá aumentar até aos 25 mil cidadãos.
O socialista entende que esta crise mais recente difere da crise de 2008, que foi uma crise da dívida, uma crise com medidas de austeridade, que afectou duplamente os madeirenses. “Estamos lembrados que foi aí que se descobriu a dívida oculta da Região, 6 mil milhões de euros de dívida, que os madeirenses tiveram de pagar, aliás, ainda estão a pagar com o PAEF”.
“Na altura, a grande escapatória para uma parte da população foi a emigração. Ora, nesta crise isso não será possível, pelo contrário, teremos o retorno de muitos madeirenses que em dificuldade regressam à sua terra”, sublinhou.
Assim, defende uma dinâmica para “criação de oportunidades”. Abordou ainda as recentes notícias que dão conta da dívida que o Instituto de Segurança Social da Madeira deixou prescrever, verba essa que segundo o socialista seria é de grande importância para apoiar as famílias nesta crise.
“Uma dívida prescrita é dinheiro que nunca mais se recupera (…)”, frisou. Assim, “são já 51 milhões de euros de dívida prescrita e, no último ano, foram já 445 mil euros de dívida”, com a “agravante de que não se publica quem são os grandes devedores, ao contrário do que se passa a nível nacional”.
“Não podemos estar a proteger quem não cumpre com as suas obrigações, porque o dever da Segurança Social é proteger quem mais necessita, quem está em situação económica social mais frágil.”, concluiu.