Estepilha, tão inimigos que eles eram: “Com Alberto João Jardim, nunca”

Foto JM

O Estepilha compreende a postura institucional mas ficou estarrecido com os rasgados elogios de José Manuel Rodrigues a Alberto João Jardim… e deste àquele.

Porque já anda nisto há muitos anos, o Estepilha lembra-se de trocas de galhardetes acalorados entre o então líder do CDS, José Manuel Rodrigues e o então líder do PSD-M e presidente do Governo, Alberto João Jardim.

Lembra-se que, na campanha para as Regionais de 2011, José Manuel Rodrigues, então líder do CDS/Madeira e candidato às Regionais, sobre a dívida da Madeira disse apenas isto do Governo de Jardim: “Envergonhou a Madeira… Se tivessem vergonha já se tinham demitido”.

E foi peremptório: “Descarto qualquer hipótese de coligação com o PSD do doutor Alberto João Jardim… Com Alberto João Jardim, nunca”.

Em Fevereiro de 2012, Jardim estuporou quando José Manuel Rodrigues deu “parcilamente razão” à chanceler alemã, Angela Merkel, quando esta criticou a aplicação de fundos europeus para sectores não produtivos.

Em 2015, o mesmo José Manuel Rodrigues disse que a “batalha” do CDS era com o PSD, o partido que “mudou de cara mas não mudou de rosto”.

Mas o discurso mudou e logo na tomada de posse como presidente da Assembleia, Rodrigues disse ao que vinha citando Jardim: “A Madeira será o que os madeirenses quiserem”.

A cereja no topo do bolo foi o rasgado elogiu de ontem de José Manuel Rodrigues a Jardim. Até vou dizer em inglês: “A man who embodies his own autonomy” (“Um homem que encarna a própria autonomia”).

Do lado de Alberto João Jardim, agora é só mimos. José Manuel Rodrigues a presidir ao Parlamento “tem sido uma revelação”, disse.

Mas outrora, por exemplo, em 2011 acusou Rodrigues de “mesmo em Lisboa, está a tentar envenenar as relações entre o PSD e o CDS”.

Num comício que decorreu no Paul do Mar Jardim referiu que os seus companheiros na capital “já estão de olho nele” e pediu às pessoas presentes que “tomem cuidado com o CDS”.

Se na vida errar é humano e perdoar é divino, na política não há nada melhor que a idade e sentimentos cristãos para acalmar as hostes.