Profissionais de táxi pedem a Barreto para fazer bem as contas e dizem que não querem subsídios, querem é condições para o trabalho

Uma delegação do movimento “TaxisRam” foi recebida pelo Representante da República para a Madeira.

Foi depois de uma audiência com o Representante da República para a Madeira, a quem foram manifestar as suas preocupações pela chamada “lei Uber” na Região, que os membros do grupo informal “TaxisRam” criticaram, através de declarações de Eusébio Gomes ao Funchal Notícias, a postura do secretário regional da Economia.

Rui Barreto está “debaixo de fogo” por parte dos profissionais de táxi, dizem que o governante, tutelando a pasta da Economia, deveria ter em conta que os cerca de 800 motoristas de táxi da Região deixam nos cofres milhão e meio de euros em impostos, ao mesmo tempo que o secretário propõe entre 1 e 2% para a Uber, que na prática daria à volta dos 300 mil euros, explica Eusébio Gomes, para quem as contas “são fáceis de fazer”.

Ireneu Barreto mostrou-se sensível à exposição que o grupo foi fazer ao Palácio de São Lourenço, nela constando a necessidade de regulamentação e todos os problemas que provêm da entrada de novos operadores de serviço num mercado que é curto. “É preciso respeitar a lei da concorrência, limitar o número de carros e evitar a morte dos taxistas”, reforça o porta voz do movimento.

Eusébio Gomes estima que a entrada deste serviço, se não for regulamentada de forma correta, pode implicar o desaparecimento de 600 profissionais de táxi, com os consequentes reflexos nas famílias, alertando para o facto da Uber fazer, preferencialmente os serviços em zonas de maior movimento, como Funchal e Aeroporto, sendo que nas restantes partes da Região são os táxis que asseguram para o bom e para o mau. Se os táxis acabarem por morrer, também morrerá o serviço para o resto da ilha”.

Aquele membro do grupo “TaxisRam” afirma, para os que acham que a questão é apenas no âmbito dos apoios, que o movimento não quer subsídios do Governo: “Neste momento resultante da pandemia, naturalmente que os taxistas pedem ajuda conjuntural, numa fase complicada para todos os setores. Mas futuramente, não queremos subsídios do Governo, queremos é condições para trabalhar e poder ganhar com o mercado a funcionar com rigor”.

Para os que apontam os motoristas de táxi como uma classe que se deixou ultrapassar pelas tecnologias e que a Uber e outros operadores do género chegaram-se à frente como resposta às exigências de uma nova era em termos de serviço de táxi, responde com a criação de uma plataforma, do mais moderno que há do ponto de vista tecnológico, capaz de responder a quem tem a possibilidade de instalar a aplicação, mas também com um call center para aquelas pessoas cujo contacto é feito por telefone da rede fixa”.

Eusébio Gomes lembra que esta plataforma já reúne perto de duas centenas de profissionais de táxi na Região e pretende, progressivamente, alargar o seu âmbito de ação precisamente para responder aos novos tempos. “Não é por aí que vamos morrer, vamos morrer é por esta legislação se não for devidamente enquadrada na realidade da Região e nas caraterísticas do serviço. Se os governantes não abrem os olhos e nos ajudam, é o fim”.

Recorde-se que o secretário regional da Economia já veio afirmar que a lei que regula as plataformas é nacionale, como tal, aplica-se a todo o território nacional, podendo apenas haver uma adaptação regional, acrescentando que o Governo Regional adaptou no limita da constitucionalidade e no sentido de garantir os postos de trabalho de todos os que trabalham na indústria do táxi”. Diz que haverá limites à entrada de viaturas TVDE na Região e estas não poderão fazer viagens turísticas.