Castro lamenta abstenção no Porto Santo “superior à média regional” e critica PS e PSD preocupados em ganhar por um e perder por um

José António Castro
“Que se lixe a abstenção, o importante é ganhar ou perder por poucos. É esta a forma de estar dos partidos do bloco central, errada”, critica José António Castro.

O movimento Mais Porto Santo, liderado por José António Castro, emitiu hoje um comunicado onde lamenta a elevada taxa de abstenção apurada nas eleições europeias de domingo, referindo-se particularmente à ilha dourada, onde essa mesma abstenção “foi superior em quatro pontos percentuais em relação à média regional”.

“Muitos, com a hipocrisia do costume, cantaram vitória na noite eleitoral, recusando-se a dar devida e merecida atenção a um fenómeno que é cada vez mais preocupante, à forma que o povo encontrou para dizer que está cansado dos políticos e de politiquices”, considera José António Castro, líder do movimento de cidadãos independentes, para quem é preciso a tomada de medidas urgentes para que inverta a tendência negativa”.

José António Castro lembra que “no Porto Santo, por exemplo, a diferença de votação nos partidos do bloco central foi mínima, de apenas um voto, e tem sido esse o tema de conversa e de vangloriação, isto é, aquilo que importa para uns é a vitória e para outros o facto de um voto de diferença ser perfeitamente recuperável. Esta visão redutora diz bem da forma de estar dos partidos mais votados em relação aos porto-santenses. Que se lixe a abstenção, o importante é ganhar ou perder por poucos. É esta a forma de estar dos partidos do bloco central, errada e, acima de tudo, ofensiva para quem ainda se desloca à urna mas que se sente cada vez mais abandonado e enganado”, vinca o vereador da Câmara Municipal do Porto Santo, garantindo que o movimento a que preside vai continuar a primar pela diferença.

“Para nós, neste momento o importante é discutir e debater este flagelo que é a abstenção, procurando encontrar soluções para que os cidadãos sejam encorajados a votar, a cumprir com um dever cívico. Este distanciamento do eleitorado tem de passar a fazer parte da agenda diária de todos os partidos, que terão de ser mais honestos nas políticas e propostas que apresentam, sem pensarem em primeiro lugar nos poleiros. Foi a União Europeia que nos colocou, bem ou mal, no patamar em que estamos. É verdade que os fundos europeus foram muitas vezes utilizados para fins dúbios mas os madeirenses e porto-santenses precisam de saber e sentir a verdadeira importância de fazermos parte da família europeia. Não podem é, como aconteceu nestas eleições, sentirem-se como um balão de ensaio para as eleições legislativas regionais, cobaias de fins políticos que são no mínimo condenáveis”, observa José António Castro.

“Findo este ato eleitoral, que em nada dignificou Portugal, o Mais Porto Santo exige que as duas deputadas madeirenses eleitas para o Parlamento Europeu se dignem a lutar pelos direitos dos porto-santenses, mormente em questões relacionadas com a mobilidade, transportes marítimos e terrestes, apoios à agricultura, revitalização das empresas e comércio local”.