Fotos Luís Rocha
Grupos de militares constituídos por membros das mais destacadas forças especiais do nosso e de outros países marcaram hoje presença no cais do Funchal, para a cerimónia de abertura do exercício militar SOFEC 2019, “Special Operations Forces Exercise Challenge”, promovido pelo Estado Maior General da Forças Armadas. O SOFEC 2019 reúne duas centenas de militares na operacionalização de um desafio durante o qual os militares destas tropas especiais competirão entre si pelo melhor desempenho em diversas tarefas.
Envolvidos neste exercício está o DAE – Destacamento de Acções Especiais da Marinha, as forças de Operações Especiais do Exército, O Núcleo de Operações Tácticas de Projecção da Força Aérea e o Grupo de Intervenção e de Operações Especiais da Guarda Nacional Repúblicana. A nível internacional, participam também militares especializados do Brasil, de Timor Leste, da França, da Roménia e de Espanha, sendo que o Brasil e a França participam apenas como observadores.
Participam no exercício dois grupos espanhóis de operações especiais, o 2 e o 4, o “164º Esquadrão Naval de Operações Especiais” da Roménia, e a Unidade de Operações Especiais de Timor Leste.
Durante os dias de hoje e amanhã, as provas decorrerão na Madeira. Para hoje está já previsto um exercício de tiro no Regimento de Guarnição nº 3. Nos dias 28, 29 e 30 decorrerão no Porto Santo, onde haverá um dia de visitantes VIP (“Distinguished Visitors Day”) com a presença de altas entidades, com a presença do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, e onde haverá uma demonstração táctica com demonstrações de “fast rope” (descida rápida em cordas), lançamento de páraquedistas e infiltrações por meios navais. No dia 31 está prevista a realização de uma prova no Curral das Freiras e decorrerá, no RG3, a cerimónia de encerramento desta competição, onde os melhores dos melhores soldados darão tudo por tudo para prevalecer e mostrar, no exercício, que são os mais fortes – acautelando, claro está, as devidas regras de segurança.
Hoje, no cais do Funchal, o director do exercício, o contra-almirante Dores Aresta, explicou que esta iniciativa se consubstancia num “exercício de países aliados e amigos, que será realizado pela primeira vez, e logo na Madeira. O objectivo é o treino cruzado das forças de operações especiais, aumentar a sua interoperabilidade, e também estreitar laços de amizade entre as forças de operações especiais destes países”.
O chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, explicou, convidou os países estrangeiros a participar. “Eles vão realizar diversos exercícios, desde provas de escalada a provas de tiro, exercícios de extracção de pessoas importantes, exercícios de páraquedismo com saltos para a água, enfim, exercícios típicos de forças de operações especiais”. A Madeira foi escolhida porque, conforme salientou, é um cenário muito desafiante, dada a sua orografia e condições naturais. No exercício em particular, participam cerca de 60 pessoas.
Amanhã haverá uma prova de tiro de combate em áreas confinadas, no antigo complexo turístico da Matur, em Santa Cruz.
Numa intervenção proferida na ocasião, o general Joaquim Almeida, da Força Aérea mas aqui representando o Estado Maior General das Forças Armadas, salientou a “orografia acidentada” do arquipélago da Madeira, “as suas famosas levadas e veredas”, “paredes meias com o oceano” e que, disse, “constituem sem dúvida o palco ideal para que estes profissionais se preparem para o cumprimento das suas missões em contacto simultâneo com o mar, a terra, o ar, e as montanhas”.
Agradeceu, na oportunidade, ainda a confiança que os países aliados e amigos depositam nas forças especiais portuguesas, e sublinhou que os cenários internacionais oferecem hoje determinados condicionalismos e circunstâncias nos quais se torna necessário manter forças preparadas para intervir em situações de infiltração, sabotagem, operações militares cirúrgicas de pequena escala, resgate de reféns e acções anti-terroristas. A segurança das nações democráticas assim o exige.
Dirigindo-se aos convidados, frisou que “apesar da competição, a segurança é muito importante” e que “não são aceitáveis quaisquer acidentes durante o treino ou exercícios”, que esperou sejam frutuosos.
Num momento curiosamente divertido, as meninas da festa da Flor, transportaram as bandeiras das diferentes nações e no final, os duros militares de élite, armados até aos dentes e com a cara tapada, como é da praxe, fizeram-se alegremente fotografar ao lado das jovens.