Emigrantes compraram o Forte de São José para abri-lo ao público, com núcleo museológico e património preservado

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Os novos proprietários, um grupo de emigrantes, quer manter o espaço do Forte de São José aberto e com a dignidade que a História confere. Foto Rui Marote
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Neste momento decorrem os trabalhos de limpeza do Forte. Foto Rui Marote

O Forte de São José, o Ilhéu da Pontinha, o Principado da Pontinha para o anterior proprietário, Renato Barros, que adquiriu o espaço, em 2000, por nove mil contos, 45 mil euros atuais. Um espaço nobre do ponto de vista arquitetónico e patrimonial. Um espaço com história. Foi vendido em 2017, em consequência de um processo de insolvência. Os novos proprietários querem dar ao Forte a dignidade que o seu percurso histórico confere.

Renato Barros foi o dono até setembro de 2017, desenvolveu uma autêntica “cruzada” pela afirmação de um objetivo, na ótica do próprio, de uma excentricidade, na perspetica de outros. O Ilhéu independente era, sempre foi, aquilo que chamou de sonho, de muita luta, de algumas impossibilidades à mistura e de discussão sob a perspetiva da interpretação da história. Para Renato Barros era simples, a 6 de Setembro de 2010, solicitou formalmente ao Estado Português “o imediato reconhecimento do Principado da Pontinha como “Estado soberano e independente”.

De passo em frente e passo atrás, de muitas peripécias pelo meio, chegou-se a uma situação que conduziu Renato Barros a um processo de insolvência, por dívidas, com a nomeação da respetiva administradora. A 22 de setembro de 2017, teve lugar a escritura, no Funchal. O Forte de São José mudava de proprietário, um grupo de emigrantes madeirenses que tinham já um propósito, que agora pretendem concretizar passando à parte executiva do projeto, uma vez resolvida a parte processual.

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Primeiro a limpeza e depois os projetos para dar vida ao Forte. Foto Rui Marore

Os novos proprietários, que de momento não pretendem ser identificados, assumem, através do seu representante, o advogado Eduardo Alves, um objetivo de manter o Forte obedecendo a todos os requisitos arquitetónicos, patrimoniais e históricos. Admitem, inclusive, a contratação de um conceituado arquiteto, de dimensão internacional, por forma a reunirem o acompanhamento necessário para proporcionar, ao espaço, toda a relevância que tem, dando vida, mostrando história.

A intenção é abrir o Forte ao público, com um núcleo museológico e com um bar de apoio. Não há nada definitivo, neste momento, mas é essa a linha de orientação que o grupo empresarial estabeleceu como meta a atingir. Dar conhecimento daquele espaço, contando a história, é uma nova oferta enriquecedora para a Madeira, ao nível do conhecimento, não só para madeirenses, mas também para os turistas.

Neste momento, decorre uma fase de limpeza do espaço, os trabalhos já estão no terreno, admitindo-se que em breve possa ocorrer o desenvolvimento de outras fases que deverão conduzir o Forte a um patamar histórico nivelado por cima, como pretendem os donos.