Alegado grupo de viticultores da Madeira vem exigir a demissão de Humberto Vasconcelos, que contra-atacou desmentindo o comunicado de ontem

O grupo auto-intitulado de “Viticultores da Madeira” veio hoje emitir um comunicado à comunicação social exigindo a demissão do secretário regional da Agricultura e Pescas, Humberto Vasconcelos. Diz um comunicado enviado à comunicação social que “foi com grande desagrado que ontem vimos no noticiário da RTP-Madeira a reacção explosiva do Sr. Secretário da Agricultura e Pescas chamando os viticultores da Madeira como “Canalhas falsos viticultores”. Acrescenta a nota de imprensa que “a classe política que Governa a Madeira acha que pelo facto da maioria dos viticultores não serem doutores que todos somos burros mas não somos burros e já estamos fartos disto”.

Acusando o governante com a pasta da agricultura de “descer o nível e falta ao respeito”, acusam-no de “mentir ao dizer que este ano era a primeira vez que o IVBAM pagava as uvas antes do mês de Janeiro, pois em anos anteriores todas as uvas foram pagas nas 2 primeiras semanas de Dezembro e a preços mais elevados”.

“Os Srs. secretários e o Sr. Presidente do Governo e todos os membros do governo e deputados da Assembleia Regional da Madeira receberam este mês de Dezembro nas suas contas bancárias, a 18 de Dezembro, quantias que chegam aos 10.000 Euros, portanto, tiveram umas festas felizes, mas nós passamos o Natal com os bolsos vazios. Se vossas excelências recebem estes valores e têm todas as benesses que têm é para resolverem os nossos problemas e não para andarem a descansar”, acusa o grupo.

“Se este ano de 2017 houve 600 toneladas de uvas que tiveram de ser compradas pelo IVBAM alegadamente por não terem grau suficiente para serem comercializadas, o que não é de todo verdade, pois haviam uvas com 9 e 10 graus, o dever do Sr. Secretário da Agricultura e Pescas e do Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira é já em Janeiro 2018 iniciarem reuniões com todas as casas de vinho para encontrar uma solução para escoar as uvas da colheita 2018 seja criando uma cooperativa vitivinícola regional para engarrafar um vinho de mesa para ser consumido nos restaurantes em vez de andarmos todos a consumir vinho feito a martelo do continente ou exportar a uva espremida para molhos como já foi feito no passado e não voltarem a nos deixar desamparados para andarmos de novo a deixar as uvas apodrecerem nas latadas e andarmos todos a tomar antidepressivos por não sabermos se vamos conseguir vender ou não as nossas uvas”.

Ontem, o secretário regional da Agricultura referiu que o comunicado ontem enviado pelos alegados viticultores “mostra que há pessoas que são canalhas, que não são viticultores, não têm vinha, nem conhecem o sector” e afirmou que todos os viticultores receberão o valor a que têm direito até ao final de Dezembro. Este, referiu, é o primeiro ano em que o Governo Regional paga todo o valor no próprio ano.