João Lemos, presidente da Direcção da AICA – Associação de Investigação Científica do Atlântico proferiu uma conferência na Escola da APEL, a 6 do corrente mês, falando sobre “A importância do turismo sustentável para o desenvolvimento”. A palestra foi dirigida a todos os alunos do Curso Profissional Técnico de Turismo, e surge a propósito do Ano Internacional do Turismo Sustentável, segundo as Nações Unidas.
O orador sublinhou aos alunos o valor estratégico do turismo enquanto “motor” para o desenvolvimento dos territórios. Pode contribuir para reforçar os valores próprios de um lugar, reafirmar a cultura local, abrir a sociedade às influências do exterior e preparar o território para receber as actividades que promovam o desenvolvimento, defendeu.
Segundo Burnay (2006), que citou, as condições para um turismo sustentável são: uma forte vontade política; a existência de um quadro legislativo adequado ao sector e actividades; a existência de recursos e incentivos financeiros que apoiem os investimentos necessários quer do sector público quer do privado; a formação e capitação dos investidores; a certificação e monitorização dos destinos e produtos e um trabalho empenhado com os sujeitos locais.
Foram apresentados os dez destinos de turismo sustentável do mundo, seis da Europa e os cinco portugueses, bem como as actividades a promover na Madeira relacionadas com o turismo sustentável para que a Região seja um Destino de Turismo Sustentável, à semelhança dos Açores que é considerado o primeiro destino turístico sustentável de Portugal. João Lemos apresentou um conjunto de sugestões a implementar na Madeira e no Porto Santo para que as duas ilhas no futuro, sejam consideradas destinos turísticos sustentáveis. Para o Porto Santo sugeriu a inventariação de todos os elementos do património natural e construído e a criação de mais itinerários turísticos; diminuir a pressão de automóveis na ilha, principalmente no Verão; incentivar o uso de veículos amigos do ambiente (carros eléctricos); uso de energias renováveis, começando nos edifícios públicos e ter mais cuidados ambientais a nível do ar, da água e da praia, fazendo a sua monitorização. Propôs, por outro lado, que o Governo Regional promova políticas públicas que fomentem o desenvolvimento do turismo sustentável em todos os sectores de actividade e que implemente medidas que salvaguarde os recursos naturais e a gestão da pressão humana sobre os mesmos, visando o futuro do fenómeno turístico na RAM.