Papa envia mensagem no aniversário da Dedicação da Sé do Funchal

O Papa Francisco enviou à diocese do Funchal uma mensagem de júbilo por ocasião dos “500 anos da Dedicação da Sé”, assinalado ontem, dia 18 de outubro, com uma solene concelebração na Catedral, presidida pelo bispo do Funchal e com a presença do Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato.

“Na data feliz em que celebram o V centenário da dedicação da Sé Catedral, o Santo Padre saúda afetuosamente toda a comunidade diocesana, nomeadamente os membros do Cabido titular, associando-se espiritualmente ao seu jubiloso canto de Ação de Graças e confiando ao Pai do Céu os obreiros da evangelização e animação pastoral que, ao longo destes 500 anos, se empenharam por levar a Catedral à sua máxima expressão de palácio de Cristo-Rei, aula de Cristo-Mestre, templo de Cristo-Sacerdote”, diz o Santo Padre nesta mensagem que foi lida por D. Rino Passigato no início da celebração deste aniversário, em que participaram o arcebispo D. Maurílio de Gouveia, emérito de Évora, o bispo D. Montes Moreira, emérito de Bragança-Miranda, vários sacerdotes, seminaristas, entidades oficiais, e muitos fiéis.

Francisco afirma que construção da Catedral: “É o sinal, erguido na cidade, de que Deus está próximo”, que “aponta para uma Igreja Católica sem fronteiras, onde todos possam ter um lugar válido e honrado”; e que torna visível “uma Igreja una e unida na qual, se algo tem de ser sacrificado, pois que sejam os particularismos, as rivalidades, as discórdias, os resíduos de egoísmo — e são ainda tantos, mesmo no Reino da caridade que é a Igreja de Jesus”.

O Papa lembra o contributo dos antepassados desta diocese que serve de “estímulo” para “enfrentar os desafios” do nosso tempo. “Pensemos na multidão imensa de irmãos e irmãs, marcados com o mesmo sinal de Cristo Salvador, que nos precederam no anúncio do Evangelho, continuam a fazer parte da única família de Deus e intercedem por nós na presença do Pai da misericórdia a fim de sermos convictos missionários de Jesus Cristo, sem temer as turbulências do mundo em que vivemos.”

A terminar a mensagem, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, e dirigida ao bispo do Funchal, “Francisco invoca, por intercessão de Nossa Senhora da Assunção, a abundância dos dons do Espírito Santificador sobre toda a comunidade diocesana do Funchal com o seu amado Pastor, em penhor dos quais lhes concede, extensiva a quantos quiseram partilhar da sua alegria tomando parte nesta Eucaristia Jubilar, uma propiciadora Bênção Apostólica, pedindo, por favor, que não se esqueçam de rezar por ele.”

D. António Carrilho agradeceu as palavras do Papa e na homilia falou do significado da “consagração”, do “altar-mor” da Sé, que desde há 500 anos tem no centro do Retábulo a imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Assunção.

“A dedicação exprime o verdadeiro templo de Deus, construído de edras vivas”; é um grande “testemunho” dos antepassados que nos “transmitiram a fé”; e modelo que ajuda a “Igreja” a olhar para o “presente”, mas já em “projeto de futuro”, em termos de “evangelização”, de “caridade fraterna”, de “preocupação” pela “humanidade”, pelos irmãos “carenciados”, a exemplo do “bom samaritano”, destacou o bispo do Funchal nesta celebração que foi animada liturgicamente pelo Coro de Câmara da Madeira.