Novo vereador de Paulo Cafôfo revela porque apoia Emanuel Câmara à liderança do PS-M

João Pedro Vieira

João Pedro Vieira tomará posse na próxima terça-feira como vereador na Câmara Municipal do Funchal (CMF).

O jovem médico já tinha elogiado a vida política de Emanuel Câmara e as lutas que travou no Porto Moniz até chegar a presidente da Câmara mas, ontem, num ‘post’ intitulado “Uma nota apenas sobre o futuro do PS Madeira”, revelou porque apoia a candidatura de Câmara à liderança do partido.

Eis a nota:

“Por questões de lealdade, habituei-me a não comentar a vida interna do Partido Socialista ou da Juventude Socialista publicamente. Foi assim sempre: no confronto Costa-Seguro, no pré e pós-regionais de 2015 e em todos os momentos de discussão sobre o futuro do PS. Não significa isso que não tenha feito opções, que todos conheceram sempre, nos locais e nas horas apropriadas. Abro hoje, porém, uma excepção, por conhecer demasiado bem o que está para vir.

Não creio que existam dúvidas, mas aqui fica a minha declaração pública de interesses: a partir daqui e como em todas as horas, o Emanuel conta com o meu total, inequívoco e solidário apoio. Há combates a que ninguém, em consciência e tendo memória do que foi acontecendo ao longo dos últimos dois anos, pode faltar – e eu não faltarei a este.

A notícia da candidatura do Emanuel Câmara a Presidente do PS Madeira não surpreende. E não surpreende porque basta conhecê-lo e ao que sempre o moveu para compreender que na hora de ter coragem, o Emanuel tem que sobra. Ao contrário do que alguns arautos da desgraça sugerem, aquilo a que o Emanuel se propõe hoje não é a dividir, mas sim a unir o Partido em torno de um projecto que seja verdadeiramente agregador e que represente o futuro que todos queremos: um projecto que conte com todos, que não exclua ninguém à partida e que saiba que em qualquer estrutura há limites que não se podem ultrapassar. Os limites que durante dois anos foram várias vezes ultrapassados e que durante os últimos seis meses e em relação ao projecto que entretanto integrei foram sucessivamente e descaradamente ultrapassados.

Ao contrário da história que alguns agora vendem, esquecendo a sua, de que o problema do PS foi sempre a instabilidade, o que a memória histórica ensina é que foi sempre a estabilidade podre e a incapacidade de escolher as melhores soluções nos momentos certos que nos impediram de chegar mais longe. E quando escolhemos os melhores, como fizemos há 4 anos, ganhámos, como tão bem demonstrou novamente o resultado das últimas eleições autárquicas em 4 concelhos da Região.

Cobardia, golpe baixo, rasteira, espingardas, bengalas, fantoches, gatos, feiticeiros, cavalos de tróia, candidatos de Lisboa e outras coisas que tais, são expressões que nunca aprendi a usar, mas que reflectem o nível a que outros nos têm sujeitado disfarçadamente, temendo o confronto democrático e ignorando que a História do Partido Socialista tem quase 50 anos e não apenas 2 e que o Partido Socialista teve muitas primeiras coisas antes daquelas que foram sendo sucessivamente apontadas como as primeiras e as melhores de sempre.

Em 2015 deixámos passar a oportunidade e em 2019 não podemos voltar a fazê-lo para ceder aos caprichos de alguns. Não se ganham eleições regionais sem implantação local e basta passar os olhos pelos resultados das últimas eleições para compreender o que de bom foi feito e o que, mais uma vez, ficou por fazer; e não se ganham eleições excluindo, mas sim somando.

O Emanuel é daqueles que não deixa apagar o coração pela razão, nem se deixa cegar pela emoção. E o PS precisa mesmo da alegria, da energia e do espírito lutador contagiante do Emanuel, da lição de 24 anos de luta e do peso de uma história de militância sempre ao serviço de uma causa apenas: o Partido Socialista. O Emanuel não precisa que lhe dêem lições sobre lealdade e militância, porque durante 24 anos não soube fazer outra coisa.

Emanuel, conta comigo. Comigo e com o futuro que há-de vir. Vamos!”