Crónica Urbana: Secretário da Saúde carrega o seu mundo numa mochila

Rui Marote

Nos anos oitenta, quando visitei pela primeira vez a Austrália, chamou -me atenção que a maioria dos antípodas, quando iam para o trabalho, levavam uma mochilinha. Não resisti à curiosidade em saber o motivo de tal moda. É prático e como só têm 30 minutos para o almoço, vêm munidos de casa com a merenda, que transportam na referida mochila.
A moda só anos mais tarde chegou à Europa.
Com essa imagem na retina, não me causou surpresa que o novo secretário da Saúde, Pedro Ramos, carregue diariamente a sua querida mochila, com uma única alça transversal no ombro.
No seu interior leva o “mundo ” da sua Secretaria.
Carrega e descarrega dossiers, não existindo, aparentemente, qualquer lanchinho.
As luzes do seu gabinete muitas vezes estão acesas às primeiras horas da manhã, com reuniões agendadas, em especial do desejado novo hospital.
É bem provável que um dia destes o leitor veja um homem de fato e gravata usando uma mochila desportiva, saindo de um carro preto; nessa altura ficará a saber, se ainda não sabe, que se trata do secretário da Saúde, Pedro Ramos. Com esta introdução, não estranhará, embora o fato e gravata não combine com a mochila.
Há um conceito quem usa mochila é criança. Uma ideia que se tornou frequente para quem acompanha o dia a dia das novidades da moda masculina. Mas trata-se de conceitos ultrapassados.
Pedro Ramos passa muito tempo fora de casa, diariamente. Sabe a importância de ter uma mochila masculina. São muitas coisas que o acompanham desde que sai de casa até a noite e dependendo da necessidade, pode ficar desconfortável, e até ter pouco espaço para carregar tudo de uma Secretaria onde os papeis abundam às resmas.
As fotos que publicamos são bem elucidativas: para o Dr. Pedro Ramos, a mochila é uma necessidade: passa a vida no carrega e descarrega.