Estudo sobre viabilidade de meios áereos contra fogos na Madeira só agora foi iniciado pela Secretaria de Estado, informou Albuquerque

Fotos: Rui Marote e Luís Rocha

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Miguel Albuquerque adiantou hoje aos jornalistas que o Governo Regional foi notificado no passado dia 28 de Fevereiro pela Secretaria de Estado da tutela que que o estudo sobre a viabilidade ou não viabilidade da utilização de meios aéreos na Madeira “tinha sido iniciado”.

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O presidente acrescentou que o Governo Regional tomou uma Resolução em Agosto do ano transacto no sentido de solicitar estudos à Protecção Civil nacional para dissipar todas as dúvidas em torno da possibilidade, ou não, de serem usados meios aéreos para combater fogos na Madeira. A polémica em torno deste assunto, recorde-se, foi relançada por causa dos incêndios mais recentes que ameaçaram a Madeira e até tiveram forte impacto no centro do Funchal.

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O chefe do Executivo madeirense respondia assim a uma pergunta colocada pelo Funchal Notícias no final da visita que efectuou, acompanhado pela secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rubina Leal (que tem a tutela da Protecção Civil regional) a uma exposição dos meios de socorro e combate a sinistros na Praça do Povo, no centro do Funchal. A mostra culminou com a demonstração de várias manobras, para demonstrar a capacidade de bombeiros, Sanas, PSP, GNR, Autoridade Marítima, militares e demais autoridades e intervenientes nas situações de crise agirem em cenários de emergência.

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“Eu pedi em Agosto de 2016, e há um despacho do secretário de Estado, de Fevereiro, a dizer que esse estudo foi iniciado por parte da Protecção Civil nacional. E porque é que eu pedi o estudo à Protecção Civil nacional? Como existiram, e continuam a existir, diversas opiniões sobre esta matéria, eu pedi à máxima autoridade nacional no sector para termos um estudo claro e inequívoco que aponte a possibilidade de intervenção dos meios aéreos no combate a incêndios, na Região Autónoma da Madeira”, respondeu-nos.

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Albuquerque diz que vai aguardar, mas não tem ideia de quando o estudo poderá estar pronto.

“Eu pedi em Agosto de 2016, e há um despacho do secretário de Estado, de Fevereiro, a dizer que esse estudo foi iniciado por parte da Protecção Civil nacional. Há sempre alguma lentidão nestas coisas”, comentou. “Estamos disponíveis, como aliás já disse ao sr. secretário de Estado, para os necessários testes serem feitos na RAM. Para nós, o que é fundamental é saber se é eficaz, se é possível, e se a Região tem condições para a intervenção desses meios aéreos. Evidentemente temos de diferenciar uma intervenção dos meios aéreos em fogos florestais, de uma intervenção desse tipo em incêndios numa zona urbana… Mas tudo isso vai ficar analisado e clarificado”, prometeu.

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O presidente madeirense realçou que exposição que está em exposição na Praça do Povo [local simbólico, já que foi construída sobre o antigo aterro resultante dos inertes arrastados na aluvião de 20 de Fevereiro de 2010] é importante pelo seu carácter pedagógico sobre a evolução dos meios de Protecção Civil na Região. Aliás, vários alunos das escolas visitaram a mostra logo de manhã, e continuarão a fazê-lo ao longo do dia de hoje.

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“No socorro, é importante insistir na coordenação entre os meios e os diversos intervenientes”, frisou. “Tudo isso obriga a uma formação permanente. A nossa aposta não é apenas na actualização dos meios tecnológicos de intervenção para salvamento e resgate dos cidadãos, mas também continuar a dotar o nosso pessoal de uma formação técnica e prática, pois só assim conseguiremos cumprir a nossa missão”.

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“Penso, por outro lado, que é importante que todo este treino seja desenvolvido com a intervenção das diversas forças, em coordenação, para juntar os meios e maximizar os que temos”, declarou.

Albuquerque sublinhou a aposta nas corporações de bombeiros, dizendo que este ano “vamos apoiar as mesmas em quase dois milhões de euros”. Será ainda concretizado o programa do Proesur, no valor de três milhões e meio de euros, que permitirá adquirir mais 36 viaturas e equipamentos individuais de resgate. “Temos de apoiar cada vez mais na área da prevenção, porque a área da Protecção Civil não começa a jusante, mas montante”, defendeu.

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O presidente do Governo insistiu na necessidade de formar a população para evitar ao máximo comportamentos que possam fazer perigar as nossas serras e referiu que já na próxima semana será iniciada a limpeza de terrenos e corte de árvores em zonas de risco, como os Lombinhos ou o Palheiro Ferreiro, para criar “espaços de distanciamento entre a zona urbana e a zona florestal”. São acções que serão realizadas “de forma plurianual”.

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Salientou, por outro lado, a evolução no socorro de montanha na Região, tornada necessária pelo desenvolvimento exponencial de actividades como o canyoning (descida de ribeiras com fatos de mergulho e com o auxílio dos meios técnicos da escalada, como cordas e restante equipamento) no turismo madeirense, além dos percursos tradicionalmente praticados em veredas e levadas. Defendeu, por outro lado, a necessidade de aperfeiçoamento permanente da cooperação, já que há sempre calamidades naturais que, considerou, são imprevisíveis. “O que podemos é aperfeiçoar os nossos procedimentos” para reagir em caso de crise, sublinhou.

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Presente na ocasião esteve também o novo presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, o capitão da Força Aérea José António Oliveira Dias.

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