Rui Marote (texto e fotos)
A oneomania é uma doença característica de quem se sente impulsionado, em demasia, ao acto de comprar ou gastar dinheiro em bens desnecessários. No passado, houve quem tecesse os maiores elogios a esse vírus político. Algumas obras são desnecessárias e sobretudo consumidoras de recursos financeiros que a Região não tem. Em alguns casos, as mesmas são realizadas para suprir necessidades das populações, mas em outros só servem para propiciar esquemas de corrupção e de pagamentos de clientelas partidárias.
Cabe sempre a ressalva de que uma sociedade que pensa pequeno, permanecerá pequena. Mas também pensar grande em excesso, torna-se megalomania. Anuncia-se o Museu dos Automóveis Clássicos, anuncia-se o Museu de Arqueologia e agora, a Câmara Municipal do Funchal, em Assembleia Municipal, no dia de ontem, aprovou o Museu do 25 de Abril. Tudo isto a expensas de quem? Do povo.
Ora, o Museu Vicentes, na Rua da Carreira, um dos mais emblemáticos e que muito tem a ver com o registo do nosso passado, desde Maio de 2014 que está encerrado, já lá vão dois anos e 53 dias.
O edifício encontra-se numa situação de abandono. Turistas são diariamente enganados, deparando-se à chegada com um cenário nada abonatório da imagem turística, que deita por terra o esforço da promoção. É um verdadeiro tiro no pé.

A erva abunda e ninguém resiste a fotografar a entrada com o nome Vicentes Fotógrafos, registando assim o mau estado de conservação do pátio e do prédio. Até quando?

Que o Governo veja o filme português do saudoso actor António Silva, ‘Sonhar é fácil’, e medite nas consequências desta filosofia…