Fotos: Rui Marote
Abriram as hostilidades: o deputado Ricardo Lume iniciou hoje os trabalhos da Assembleia Legislativa Regional, com uma longa intervenção na qual apontou todos os canhões da esquerda contra a actual forma de gerir os destinos da Região, pelo Executivo de Miguel Albuquerque, que se mostrou, nas suas palavras, “ruinosa” para a Região. Por entre o burburinho dos parlamentares social-democratas, denunciou um verdadeiro quadro negro, que abrange todos os sectores da vida pública da RAM.
Explanando aa razões da moção de censura que o PCP traz hoje à Assembleia, Lume denunciou a “falta de estratégia” do Governo, e considerou que o caso da saúde, com as recentes demissões que se verificaram no sistema de Saúde da Região, são apenas a ponta do icebergue de uma política do “deixa andar e depois logo se vê”. Esta governação de Albuquerque, disse, é marcada pela “propaganda e grandes títulos dos jornais”.
“O Governo Regional não mudou, foi recauchutado. E há uma forte contestação popular ao mesmo”, garantiu. De acordo com as declarações de Ricardo Lume, há imensas contradições no actual Governo Regional, que acumulou uma enorme quantidade de erros num curto espaço de tempo.
O Governo de Miguel Albuquerque, afirmou, é reminiscente do antigo ciclo do PSD, da protecção de interesses do passado.
A renovação, considerou, foi um bluff. As coisas funcionam a combustível de slogans de propaganda. “A máxima de Miguel Albuquerque é a de que importa é prometer, anunciar”.
E depois muito pouco se concretiza. Como o avião cargueiro, prometido, o ferry de ligação ao continente, etc.
O que foi alcançado nos subsídios de mobilidade demonstra “perversidades” que patenteiam incapacidades negociais do Governo. Ricardo Lume queixou-se ainda de um acentuar das desigualdades sociais, de instabilidade laboral na Região, com vínculos laborais precários, uma taxa de desemprego muito elevada, que conta já com 22 mil desempregados. Entretanto, o lucro dos grandes empresários “continua a crescer”, apesar da actual situação de precariedade.
Há, ainda, persistentes níveis de insucesso escolar na RAM, 15 mil doentes nas listas de espera para cirurgias, e a Madeira “é a única região do país com mão de obra escrava na Hotelaria”. E as críticas foram-se sucedendo, assim por diante.