A Praia do Garajau já foi privatizada?

 

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Neste sábado, alguns madeirenses decidiram ir a banhos na bonita e pacata Praia do Garajau. Qual não foi o espanto dos grupos que desciam a pé rumo às águas cristalinas daquela zona, pela tardinha, quando esbarraram com um portão de ferro a meio do percurso.

A surpresa tornou-se maior quando os visitantes foram informados de que se estava a realizar uma festa de casamento no bar/restaurante local e que, por isso, estava vedado o acesso ao público. Nem para comprar uma água se poderiam recorrer sequer aos serviços do restaurante, que terá sido alvo de concessão pública.

O grupo a quem foi vedado o acesso fez chegar ao FN o seu protesto com a questão pertinente: “A Praia do Garajau já foi privatizada?” Uma questão para as entidades competentes responderem.

Entretanto, o FN estabeleceu, ao longo deste fim de semana, contactos para o telefone fixo do Bar/Restaurante “O Mero”, não tendo obtido qualquer resposta. Mas registou as apreciações on line do público, por sinal muito favoráveis à qualidade da comida, nomeadamente aos mariscos que são servidos neste estabelecimento comercial, implantado num “cenário único”.

Nos sites oficiais, ficamos a saber que esta estância está integrada na Reserva Natural Parcial do Garajau, reunindo excelentes condições para a prática do mergulho. Mais se informa que o acesso poderá ser feito a pé ou então mediante o uso, pago, do teleférico.

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No site turístico “Visit Madeira”, o madeirense ou o turista é aliciado a visitar este espaço: “A particularidade desta praia reside nas suas águas calmas e cristalinas são muito procuradas pelos praticantes de mergulho. Na praia do Garajau podemos encontrar instalações balneárias, posto de socorros e área de restauração.”

Efetivamente, na informação ao público, não consta em lado algum que a Praia fecha ao público para celebrar festas privadas com a mordomia de uma praia privativa. Já bem basta aos madeirenses a frente mar da cidade praticamente privatizada por conta das unidades hoteleiras que, como quem não quer nada, vai subtraindo o acesso gratuito ao mar da população.