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O Estado português deixou cair em 2013 o direito de ficar com uma nau portuguesa do século XVI, o “Bom Jesus”. Esta nau, da Carreira da Índia, continha um tesouro que chegou a ser avaliado por arqueólogos entre os 70 e os 100 milhões de euros.
Segundo o mesmo jornal , a renúncia definitiva de Portugal aos seus direitos foi negociada por Paulo Portas, quando era responsável pelos Negócios Estrangeiros e o memorando de entendimento com a Namíbia foi assinado pelo então secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier. A notícia refere que o ex-ministro Paulo Portas atira responsabilidades para governo de Sócrates.
Ouvido pelo CM, Barreto Xavier diz que “não se recorda dos termos” mas o que quer que tenha assinado, “nunca colocaria o Estado Português em desvantagem”.
A nau foi descoberta em abril de 2008, nas areias da praia no Sperrgebiet – o rico e famoso território privado da mineradora de diamantes De Beers, na boca do rio Orange, ao sul da costa da Namíbia.
Um geólogo trabalhava na área de mineração U-60 quando encontrou aquilo que, à primeira vista, pensou ser metade de uma esfera de rocha perfeitamente redonda.
Curioso, pegou-lhe e percebeu de imediato tratar-se de um lingote de cobre. Uma estranha marca em forma de tridente gravada sobre a superfície desgastada foi reconhecida mais tarde como a marca de Anton Fugger, um dos homens de finanças mais ricos da Europa renascentista.
O lingote era do tipo utilizado para comprar especiarias na índia durante a primeira metade do século XVI. Mais tarde, os arqueólogos descobririam 22 toneladas destes lingotes sob a areia, bem como canhões e espadas, marfim e astrolábios, mosquetes e cotas de malha.
E ouro, evidentemente. Mãos-cheias de ouro: nas escavações, encontraram-se mais de duas mil belas e pesadas moedas. São de longe os mais antigos e os mais ricos destroços de um navio naufragado descoberto na costa da África subsariana.
Se quer conhecer toda a história da descoberta pode consultar o documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros publicado em Novembro de 2009. Siga o link: http://www.patrimoniocultural.pt/media/uploads/cnans/45/45.pdf