
Fotos: Rui Marote
À hora a que escrevemos este texto, o primeiro dia de concertos do Festival Raízes do Atlântico prossegue na Quinta Magnólia, reunindo um público bastante numeroso num ambiente simpático e descontraído. Reunidos na fruição da chamada ‘música do mundo’, a assistência desfrutou hoje de uma actuação de Lula Pena, artista que sobre alicerces de fado construiu a sua própria viagem musical por outros géneros. Com uma cálida mas suave interpretação vocal, acompanhando-se a si própria à viola, Lula Pena vai já no terceiro álbum, algo considerado um acontecimento especial para os seus apreciadores, já que entre o primeiro álbum, e o segundo gravado em 2010, houve uma dúzia de anos de interregno.

A segunda parte da noite mudou inteiramente o registo, passando para a exuberância cabo-verdiana de Elida Almeida, a vencedora do prémio francês ‘Découvertes RFI’, que a catapultou para a realização de uma digressão por múltiplos países, que terminou na Madeira, antes do regresso ao arquipélago que a viu nascer.
O primeiro disco de Elida Almeida, ‘Ora Doci Ora Margos’, foi lançado na etiqueta Lusafrica, a mesma da diva da morna, Cesária Évora. Elida é natural de Santiago e canta em crioulo, recorrendo a ritmos tradicionais como o batuque, a morna ou o funaná. Aliás, foi com o funaná que iniciou o seu concerto, demonstrando assinalável à-vontade em palco, sentido de humor e profissionalismo. Pouco a pouco, foi puxando pelo público e cativando-o com a sua sedutora voz. Momentos captados de forma expressiva pela objectiva de Rui Marote.
