SPM realiza tertúlia no Porto Santo e alerta para estado de degradação das escolas locais

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Fotos: Rui Marote

O restaurante ‘A Baiana’, no centro da Vila Baleira, no Porto Santo, acolheu ontem o penúltimo encontro do ciclo de tertúlias dinamizado pelo Centro de Formação do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) na Região, intitulado ‘Debater a Educação, Perspectivar o Futuro’.

Subordinado à temática ‘A importância da Educação nas regiões ultraperiféricas’, o evento contou, como convidados, com Bernardo Caldeira, Helena Ornelas, Susana Freitas e Sofia Santos.

Este ciclo terminará em Julho no Funchal. Já foram organizadas tertúlias em São Vicente, Santana, Ponta do Sol e Machico, além do Porto Santo.

Conforme explicou ao Funchal Notícias o coordenador do SPM, Francisco Oliveira, o objectivo foi precisamente descentralizar a oferta formativa do Sindicato, buscando ir ao encontro dos docentes que estão mais afastados do centro, e abrir a discussão sobre temas educativos à comunidade em geral, uma vez que estas tertúlias estão abertas à participação de outros profissionais.

“Embora grande parte dos participantes tenham sido sempre docentes de diversos níveis de ensino, nós conseguimos ter sempre em todas as tertúlias pessoas que, não sendo docentes, são interessadas pelos temas que apresentámos”, salientou.

Na tertúlia de ontem participou a directora da Escola Básica do 1º Ciclo e Pré-Escolar do Porto Santo, um deputado da Assembleia Legislativa Regional que tem residência na ‘Ilha Dourada’, Bernardo Caldeira, do PSD, a presidente da Associação de Pais da Escola Básica e Secundária do Porto Santo, e uma empresária da área do turismo, que tem feito sempre uma aposta na formação contínua.

Em discussão estiveram assuntos como viver no Porto Santo e a necessidade de valorizar a educação. A empresária convidada provou, no entender de Francisco Oliveira, que embora haja constrangimentos à educação contínua residindo no Porto Santo, tal é, mesmo assim, possível.

Do deputado do grupo parlamentar maioritário na ALR, a assistência quis ouvir qual a perspectiva do mesmo sobre o Porto Santo, “uma região que atravessa grandes dificuldades e que precisa, claramente, de uma aposta grande na educação”.

Sobre a situação da Escola Básica e Secundária do Porto Santo, Francisco Oliveira fez questão de dizer que o SPM não tem dúvidas de que a mesma atravessa uma degradação extrema e apresenta “situações perigosíssimas”. Já no ano passado, frisou, o SPM alertou, juntamente com a associação cívica “Somos Porto Santo”, para esta problemática.

“Não se trata apenas de uma reivindicação porque se quer uma escola um bocadinho melhor… Neste momento, aquela escola põe em risco todos aqueles que lá trabalham, aqueles que a frequentam e toda a comunidade educativa em geral”, afiançou o nosso interlocutor. Um tema debatido no encontro de ontem tem a ver com o seguinte: “Parece que a pouca vontade política em avançar para a criação de um novo projecto pode estar associada ao decréscimo da população estudantil nos próximos anos, na RAM e no país. Isto pode levar a tentar justificar o não investimento. O problema é que, a não haver esse investimento, toda a população ligada à escola está em risco. Aquela escola pode causar, inclusive, mortes. Não é por acaso que o gimnodesportivo está fechado já há vários anos. Não é por acaso que houve obras de cosmética das principais colunas (…) mas que não resolvem o problema estrutural. Isto para não falar do risco apresentado pelas placas de amianto, que constituem um problema para toda a população do Porto Santo, uma vez que as fibras de fibrocimento (amianto), quando se começam a degradar, começam a espalhar-se para todo o lado por acção do vento”. E é sabido que o amianto é um perigoso agente cancerígeno.

Também a escola da vila, com 1º Ciclo e Pré-Escolar, “não oferece condições de segurança”, estando sujeita, inclusive, a sérias infiltrações de água da chuva.