“Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris Italiam fato profugus Laviniaque venit litora – multum ille et terris iactatus et alto vi superum”.
O que é que tem a ver a Eneida, de Virgílio, com Alberto João Jardim?
Teve-o, ontem, no Tribunal da Comarca da Madeira, quando o ex-presidente do Governo Regional citou a Eneida, de Virgílio; ‘Os Lusíadas’ de Camões, e ‘Finis Patriae’, de Guerra Junqueiro.
Jardim foi ouvido pela juíza de instrução no âmbito do processo ‘Cuba Livre’ sobre a alegada ocultação da dívida da Madeira.
Entrou ‘Finis Patriae’, saiu Eneida. Lá dentro, terá optado por uma declaração escrita e, no mais, remeteu-se ao silêncio.
O ex-vice-presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, terá optado também pelo silêncio em tribunal.
No próximo dia 29, às 14h30, a juíza de instrução deverá ouvir, por videoconferência, o perito do Tribunal de Contas que auxiliou o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) na investigação ao processo ‘Cuba Livre’.
“É negra a terra, é negra a noite, é negro o luar.
Na escuridão, ouvi! há sombras a falar:” (Guerra Junqueiro, Finis Patriae)
Só que o poema não se fica por aqui: Leiam e vejam as várias partes de que é constituído entre elas Falam Choupanas de Camponeses; Falam Pocilgas de Operários; Falam Casebres de Pescadores; Falam os Hospitais; Falam as Escolas em Ruínas; Falam as Cadeias; Falam Condenados; Falam as Fortalezas Desmanteladas; Falam os Monumentos Arrasados; Falam Estátuas d’Heróis.