O CDS-Madeira fez hoje um balanço de um ano de governação na área da Saúde, considerando, pela voz do deputado Mário Pereira, que os dados que neste momento vêm a público “não são propriamente encorajadores”.
Existem mais dois mil madeirenses em listas de espera do que existiam no início deste mandato, asseverou o também médico Mário Pereira. “Já são quase vinte mil madeirenses que esperam por uma cirurgia, e quase trinta mil que esperam por um exame de diagnóstico”, afirmou.
Uma situação que deve merecer, da parte do Governo Regional, uma atenção especial e uma mudança de estratégia, porque esta “não está a atingir os resultados que a população espera”.
Na conferência de imprensa de hoje, Mário Pereira referiu que havia grande esperança na mudança de condições para o sector da Saúde no início do mandato de Miguel Albuquerque, “até porque o anterior secretário da Saúde, Manuel Brito, queria fazer uma aposta muito grande nos cuidados de saúde primários”.
Havia um projecto de unidades de saúde familiares, a vontade de haver um grande investimento nos centros de saúde, nomeadamente nos seus recursos humanos, sublinhou.
Para o CDS, a reforma dos cuidados de saúde primários acabou por não acontecer.
Existe um investimento na alteração dos centros de saúde que ronda um cêntimo por ano por madeirense, informou o orador, trinta mil euros ao todo. Isto não cumpre a esperança que existia há um ano atrás, apontou.
Quanto à prevenção das doenças, Mário Pereira acentuou que a região do país com maior incidência de doenças respiratórias é a RAM, que é a segunda região com maior incidência de diabetes e aquela que mais infecções hospitalares regista.
“Estas situações são preocupantes”, considerou, apontando o dedo ao Governo Regional por ter sido incapaz de criar um programa “robusto” de prevenção das doenças.
Neste momento, dizem os profissionais de Saúde, começa-se a viver de novo um clima de desânimo, de medo, de desrespeito pelo mérito, e nos doentes um clima de falta de confiança, criticou.
Falando do hospital dos Marmeleiros, Mário Pereira referiu que há uma infestação de ratos nas enfermarias, situação inédita e que mostra que durante anos a fio não houve investimento na manutenção e nos cuidados de higiene.