
Quem passa pela Avenida Sá Carneiro, frente ao edifício “Esboço”, à esquerda de quem sobe, não fica indiferente à voz macia de uma cantora que anima, todas as sextas-feiras e sábados, o renovado restaurante do Hotel da Quinta Penha de França. Ela, Sarah Borges, filha do saudoso Sérgio Borges, a animar com a sua voz e boa música, os jantares neste recanto paradisíaco, à beira mar, bem no centro da cidade.
O FN deixou-se levar pelo som da música que chegava à Sá Carneiro, entrou no Hotel Quinta Penha de França, desceu até ao restaurante, junto à piscina, e deixou-se levar pela voz e pelo requinte do espaço e do seu menu a la carte. Turistas e madeirenses foram chegando, à espera de um serão diferente.
Com apenas a sua viola e com uma voz talentosa, Sarah Borges era o chamariz para os clientes que, até de outros hotéis vizinhos (Reid´s, Royal Savoy, Regency e demais), ali desfrutam da boa mesa e da boa companhia. Afinal, não há muitos espaços centrais na cidade, onde se pode jantar à beira mar, com estacionamento gratuito, uma gastronomia de qualidade e uma animação interessante.
Uma brisa agradável soprava. Normalmente, as tochas engalanam o espaço. Mas a maresia revolta do dia não recomendava as tochas. As mesas tinham velas acesas rodeadas de motivos marítimos. Um dado de registo: o Chef Gregório Nóbrega, para além dos méritos reconhecidos na cozinha, dava uma atenção cuidada a todas as mesas, explicando os pratos, recomendando, num registo de grande familiaridade com os clientes.

O Hotel Quinta Penha de França tem animação garantida no seu restaurante praticamente durante toda a semana. Às quartas, domina o folclore a cargo do Grupo da Boa Nova.Na quinta, a animação é temática, desde o fado à festa brasileira. Quartas e quintas fazem-se churrasco. Na sexta e sábado, Sarah Borges dá música aos clientes, pelo segundo ano consecutivo.O menu é à la carte.
O Chef Nóbrega recomendava, como entrada, uma “trilogia do mar à serra”, numa associação de polvo, queijo e pato. O prato principal variava entre peito de pato com molho agridoce ou borrego com chutney. A sobremesa, um irresistível crumble de maçã com trilogia panna cota. Uma refeição bem confecionada e ornamentada que vale a pena experimentar.

Sarah Borges continuava a interpretar, em tom suave, os grandes clássicos das canções, à medida que anoitecia, com o mar também adormecido pelo cair da noite. O odor inconfundível das ervas aromáticas com que o Chef Gregório Nóbrega associa aos seus pratos é outra nota de destaque. Ele próprio criou dois jardins de ervas aromáticas no Hotel, preciosos na confeção dos pratos.

A noite passou a ser cerrada. A brisa continuava a fazer-se sentir. Entre sorrisos e canções feitas de nostalgia, regressámos ao centro da cidade, ainda com o sabor extraordinário da boa comida e do requinte do restaurante Quinta Penha de França. Discreto, com qualidade e a ser uma opção de férias para madeirenses e forasteiros. “Unforgetabble”, como bem cantava Sarah Borges.
