O desemprego é a maior tragédia da humanidade

guida006Guida Vieira

Quando os operários de Chicago fizeram greves há dois séculos atrás, onde alguns perderam a sua própria vida, ficaram para sempre como um exemplo que, se queremos melhorar as nossas condições de vida e de trabalho, temos que lutar, até para continuar a honrar a sua memória e sacrifício.
Infelizmente há muita gente que não pensa assim e acomoda-se, pensando que não vale a pena lutar porque a luta nada resolve. E ficar em casa tem resolvido? E não fazer nada e ir perdendo as perspectivas que a vida é uma luta contínua tem resolvido o problema do desemprego? Claro que não. Por isso comemorar Maio em 2015 é falar inevitavelmente nesta praga que é o desemprego na actualidade.

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O número de homens e de Mulheres desempregados/as significa a maior tragédia que a humanidade enfrenta neste século. Na Madeira nunca tivemos uma situação tão preocupante até porque dos 23 447 trabalhadores desempregados 10% têm curso superior e 22% têm o ensino secundário completo e a maioria dos/as desempregados/as situam-se entre os 25 e os 54 anos, situando-se 44% no Concelho do Funchal.
Mesmo em sectores que dizem estar em crescimento, como a hotelaria e restauração, existem 16% de desempregados, para não falar na construção civil onde o flagelo atinge 23% de pessoas sem trabalho.
Porque chegamos a esta situação?
Porque a Região teve uma política de desenvolvimento que apostou em desenvolver serviços e abater tudo o que era produtivo. Ainda me lembro de alguns argumentos de que alguns sectores tinham que fechar porque já pertenciam ao 3º mundo. E agora em que número do mundo estamos? Muito pior, porque onde havia emprego passou a existir pessoas que sofrem e são empurradas para a pobreza e para formas precárias de vida.
As politicas têm que mudar. Nada se resolverá na Madeira se não forem criados mais postos de trabalho e forem proibidos os despedimentos. É preciso valorizar e incentivar toda a gente que crie postos de trabalho sem termo. Criar incentivos fiscais nesse sentido. O sector público tem que investir em todas as áreas que fazem falta à população como na educação, saúde, ambiente, etc
Aos trabalhadores/as compete não cruzar os braços e não desistirem de lutar e o 1º de Maio é uma boa oportunidade para dizer estamos presentes!