PS quer libertar bananicultores madeirenses da “escravidão”

O PS declara querer acabar com a “escravidão” a que, no seu entender, os produtores de banana estão sujeitos. Pretende aumentar os rendimentos dos bananicultores e contrariar o empobrecimento a que os mesmos se encontram votados. Por isso este partido deu entrada na Assembleia Legislativa com três propostas, nomeadamente no que respeita à liberdade de associação dos bananicultores, ao aumento do preço pago ao produtor e ao pagamento de indemnizações por prejuízos não abrangidos pelo seguro colectivo.

A deputada Sílvia Silva afirma que o poder desproporcional exercido pela GESBA cria injustiças que visam retirar benefícios aos produtores para “financiar os devaneios do Executivo madeirense”.

A parlamentar socialista critica o modelo de gestão imposto que criou o monopólio da banana e que impede os bananicultores de se associarem ou organizarem livremente, como acontece no restante território nacional.

“O Governo Regional criou um sistema que domina o mercado e elimina a concorrência, através do qual os produtores perdem o poder de negociação sobre o preço da banana e ficam impedidos de receber os subsídios da União Europeia se não entregarem a banana na GESBA e a comercializarem directamente, mesmo que cumpram todos os requisitos europeus exigidos para garantir a qualidade da banana que chega ao mercado”, afirma, atacando a “armadilha” criada pelo Executivo aos produtores de banana.

Perante esta realidade, o Grupo Parlamentar do PS deu entrada na Assembleia Legislativa com um projecto de resolução que visa facilitar o aparecimento de novas organizações profissionais no sector, reduzindo de 100 para 20 o número de bananicultores necessários para criar uma associação e baixando de 5 milhões para 200 mil euros o valor mínimo de produção comercializada.

O PS não pretende acabar com a GESBA ou voltar ao tempo das “cooperativas falidas”, como faz crer a maioria PSD-CDS. Sílvia Silva assegura que o objectivo da proposta socialista é “contrariar a escravidão e o empobrecimento dos bananicultores madeirenses” imposto pela empresa de gestão do sector.

Conforme diz, o PS pretende que seja assegurada a liberdade de associação dos agricultores na Madeira, permitir que os bananicultores possam vender pequenas quantidades de banana directamente ao consumidor final, sem perderem o subsídios europeus, mas também garantir rendimentos mais justos aos produtores, aumentando em 25 cêntimos o valor pago pela banana em todas as categorias (como aliás o partido defendeu durante a campanha para as eleições legislativas regionais).

Além disso, os socialistas pretendem que os produtores sejam indemnizados pelas perdas de receita não cobertas pelo seguro colectivo – como estragos inferiores a 20% da produção ou banana não colhida pela GESBA.

Sílvia Silva desafia os partidos com assento parlamentar a reconhecerem as injustiças do sector da banana, viabilizarem estas propostas apresentadas e valorizarem o trabalho dos bananicultores da Região.