Mais escolas pedem organização do ano letivo por semestres e não por três períodos

O secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia revela ao FN que a mudança da organização escolar, em termos de divisão do ano letivo por dois semestres e não pelos tradicionais três períodos letivos, tem sido uma experiência acolhida positivamente pelas escolas que aderiram à mudança.

Jorge Carvalho ressalva que segue o princípio de, em algumas dimensões deixar ao critério das escolas aquilo que é do âmbito da autonomia da gestão, não só do currículo mas também da organização das atividades letivas. Neste sentido, respeita a decisão das escolas que aderiram ao formato da divisão por semestres, enquanto outras se mantiveram na divisão tradicional.

Em termos de balanço, o titular da Educação revela que  a adesão à mudança tem sido “muito positiva. Já temos algumas escolas a solicitar para o próximo ano letivo a organização letiva por semestres. Temos, todos os anos, mais escolas a aderir a essa organização e ainda não tivemos nenhuma instituição que, após experimentar, quisesse regredir. Isto significa que é um modelo que vem criar melhores condições para a organização do ano escolar. Não temos muitas reservas sobre essa matéria. Sabemos que essa dimensão permite uma melhor organização de todas as tarefas por parte dos alunos e professores e também daquilo que é a dinâmica escolar”.

O próximo ano letivo está a ser já gizado em consonância com a filosofia deste ano que caminha para o fim. Segundo o Secretário Regional, “temos iniciado os anos letivos sempre nas duas primeiras semanas de setembro e entendemos que estão reunidas todas as condições para que isso aconteça. Temos todos os professores, até ao dia 31 de agosto,  colocados; sabemos que é necessário termos esse tempo útil de aprendizagem em consonância com o que se passa noutras latitudes, nomeadamente nos países desenvolvidos”.

O balanço sobre o ano letivo que caminha para o fim é “bastante positivo”, considera Jorge Carvalho. Tudo porque há uma máquina no terreno que tem “uma estabilidade do corpo docente nas escolas, com os concursos atempados, e a possibilidade de os conselhos executivos recrutarem até 15% do seu corpo docente, e simultaneamente pelo facto de termos reconhecido o desempenho dos professores na recuperação do tempo de serviço”. Estas dimensões têm permitido assegurar a “estabilidade” ao sistema. Além disso, têm sido desenvolvidos projetos de inovação pedagógica, nomeadamente de transição digital e programas e projetos de promoção do sucesso que têm contribuído para a melhoria significativa dos indicadores da educação na Madeira.

A principal dificuldade deste momento é “a gestão escolar, fruto da diminuição do número de alunos. Trata-se, certamente, de um desafio muito exigente e sério nos próximos anos”.